Materiais didáticos e o ensino de química para surdos:
o que considerar?
DOI:
https://doi.org/10.47328/rpv.v14i1%20Ed.%20Especial.21190Palavras-chave:
Materiais visuais, Educação inclusiva, Ligação QuímicaResumo
Pensar a educação escolar dos surdos passa por considerar sua cultura e os traços que influenciam suas compreensões do mundo e seus processos de aprendizagem. Nesse sentido, o ensino de Química para surdos pode beneficiar-se do uso de materiais didáticos visuais elaborados para o desenvolvimento desses educandos. A partir do discurso dos participantes de um curso de extensão e de algumas propostas de materiais didáticos feitas por eles, este trabalho promove uma discussão sobre diferentes aspectos a serem considerados na elaboração de materiais didáticos para o ensino de Química a alunos surdos no contexto da educação básica. Utilizando a técnica de análise de conteúdo, foram identificadas seis categorias relacionadas à elaboração dos materiais: relação com o conteúdo químico; função pedagógica; contexto para criação; modo/estrutura; visualidade; e linguagem utilizada. A partir disso, foi possível dialogar sobre aspectos relevantes do trabalho docente, da inclusão de surdos, e da elaboração de materiais centrados nos aspectos visuais que caracterizam o modo de expressão e interação com o mundo desses educandos. Por fim, concluiu-se que todos os aspectos mencionados pelos participantes são relevantes e coerentes com o contexto educacional dos surdos e com a busca por um ensino de Química inclusivo, garantindo seus direitos linguísticos e educacionais.
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