Audiodescrição na literatura infanto-juvenil
diálogo “palavra-imagem” e a formação do leitor
DOI:
https://doi.org/10.47328/rpv.v14i1%20Ed.%20Especial.21219Palavras-chave:
audiodescrição, literatura infantojuvenil, formação do leitorResumo
Este trabalho investigou o processo de audiodescrição (AD) na literatura como forma de acessibilidade comunicacional importante para formação do leitor numa perspectiva inclusiva. Seguiu-se a perspectiva sociointeracionista de compreensão da linguagem (cf. MARCUSCHI, 2008; SOARES, 2020; VOLOCHÍNOV, 2017; BAKHTIN, 2003) e a da Educação Inclusiva, abordando a audiodescrição como processo de acessibilidade em que a tradução do conteúdo das imagens por meio das palavras permite que a pessoa com deficiência visual tenha o seu direito de comunicar-se respeitado (cf. MOTTA, 2016). Como metodologia, utilizou-se de análise bibliográfica que demonstrasse o uso de tecnologia assistiva em sala de aula. A coleta de dados de livros literários audiodescritos acessíveis na web, a seleção de dois livros infantis e a análise de suas ilustrações e audiodescrições, com foco na seleção lexical para construção de aspectos chave na compreensão da narrativa. Os resultados apontam que, dentre os elementos da narrativa (personagem, tempo, espaço, foco narrativo, enredo), nas AD em estudo, os substantivos, adjetivos e verbos colaboram para o entendimento geral da narrativa, ao passo que o foco narrativo e o papel do narrador da obra escrita não ficam em evidência, visto que as AD são novas narrativas criadas pelos audiodescritores, em geral, obedecendo-se a terceira pessoa. Este trabalho, pois, vem a contribuir para se reforçar a abordagem da leitura numa perspectiva inclusiva. Nas escolas, espaços privilegiados de formação leitora, a audiodescrição poderá ser agregada como elemento pedagógico de acessibilidade comunicacional, potencializando-se o ensino-aprendizagem da leitura das palavras associada a das imagens em vários componentes curriculares.
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