(Re)construindo práticas e estratégias de ensino-aprendizagem do esporte para crianças com transtorno do espectro autista:

uma experiência inclusiva no sexto ano do ensino fundamental

Resumo

O estudo analisou as práticas pedagógicas voltadas ao ensino do Esporte para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) do sexto ano do ensino fundamental em uma escola pública federal destinada à formação de professores. A instituição, conhecida por seu caráter experimental, implementou políticas inclusivas a partir de 2017, como a reserva de vagas para alunos de escolas públicas e pessoas com deficiência (PcD). Em 2021, adotou um sistema de sorteio público para ingresso, ampliando o acesso de alunos com diversas deficiências, incluindo TEA. Em 2023, 64% dos alunos atendidos pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE) eram autistas, o que gerou a necessidade de adaptar as práticas no ensino do Esporte, uma área que apresenta desafios significativos para esses estudantes, devido à sua complexidade e à demanda por interação social e coordenação motora. A pesquisa, de caráter qualitativo, fundamentou-se em autores como Schmidt (2016), Sella; Ribeiro (2024), Schwartzman (2011) e Weizenmann; Pezzi; Zanon (2020), e envolveu a revisão de artigos sobre autismo e Esporte, além da análise de aulas filmadas antes e depois das modificações pedagógicas. Foram identificadas práticas que garantem um ensino mais inclusivo, valorizando a cooperação em detrimento da competição. As adaptações pedagógicas incluíram dividir comandos complexos em etapas menores, criar rituais estruturados e ajustar regras dos jogos para facilitar a participação e a compreensão dos alunos com TEA. O estudo sugere aprimoramentos nas práticas pedagógicas, baseados em reflexões sócio-históricas, para promover um ensino do Esporte mais acessível e inclusivo para crianças autistas.