Ser “escola de aplicação”:
o caso da EAUFPA
DOI:
https://doi.org/10.47328/rpv.v14i1%20Ed.%20Especial.21380Palavras-chave:
Escola de Aplicação, Identidade, Cultura EscolarResumo
Este artigo aborda um tema controverso em relação à Escola de Aplicação da UFPA (EAUFPA): a questão de identidade da escola. A controvérsia se estabelece quando se ignora a distinção entre prescrições legais (regimentos, leis e diretrizes) e saberes e práticas efetivas articuladas no interior de uma cultura escolar, conceito discutido por diferentes autores no campo da História da Educação e História das Disciplinas Escolares, como Dominique Julia, André Chervel, Jean-Claude Forquin e Antonio Viñao Frago. Esse conceito coloca em suspeição as perspectivas unificadoras e essencialistas, que, como “dispositivos discursivos”, tendem a suprimir ou pretender suprimir as diferenças, desigualdades, identificações e relações de poder que conferem às identidades culturais sua vitalidade e existência histórica. Daí porque, este estudo desenvolve a hipótese de que, ser ou não ser escola de aplicação, é um problema datado, que se configurou como tal, como resultado das articulações, alinhamentos e engajamentos docentes, durante o processo de redemocratização do Brasil, entre meados dos anos 1980 e início do século XXI, em meio as lutas por maior autonomia administrativa, financeira e pedagógica da EAUFPA.
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