EDITORIAL

Wescley Silva Xavier

Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Administração e Contabilidade (DAD). Av. Peter Henry Rolfs s/n - Campus Universitário. 36570-900, Viçosa – Minas Gerais, Brasil, (31) 3899-1607, wescley@ufv.br

 


Caros leitores,

 

Temos o prazer de levar a vocês nosso quarto e último número de 2016 da Administração Pública e Gestão Social. Para abrir esta edição, Sílvia Ferreira Caproni Gonçalves e Virgílio Cézar da Silva Oliveira nos trazem A Constituição do movimento Campo de Públicas a partir da percepção de integrantes graduados em Administração. No texto os autores buscam compreender a constituição do referido movimento num estudo qualitativo sobre identidade sob o prisma da psicologia social. Os resultados apontam para uma negação da identidade clássica de administrador por parte dos membros do movimento, sendo substituída por elementos indentitários que sinalizem resistência às referências da ciência administrativa hegemônica.

Em Avaliação de satisfação e de percepção de qualidade em intervenção pública realizada em um aglomerado subnormal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Guido Vaz Silva. A partir de uma problematização ancorada no processo de favelização dos grandes centros urbanos, tomando caso o aglomerado Nova Esperança. Os autores sinalizam satisfação dos moradores acerca das intervenções, em particular, no quesito infraestrutura. Todavia, cabe destacar que a avaliação deste mesmo fator não foi proporcionalmente positiva, o que sinaliza um gap nos quesitos satisfação e a qualidade dos mesmos.

O terceiro artigo deste número é de autoria de Felipe Fróes Couto e Ivan Beck Ckagnazaroff. Intitulado Prefeituras priorizam o desenvolvimento local Limitações ao planejamento e implementação de políticas de desenvolvimento local em Montes Claros, o texto destaca os principais desafios no dia-a-dia de gestores que trabalham com a promoção do desenvolvimento local. Tomando como caso a prefeitura de Montes Claros-MG, os autores asseveram que as ações de desenvolvimento local não são tidas como prioritárias, principalmente em razão das mesmas serem secundárias nas instâncias estadual e federal, principais fontes de repasse de recursos.

Bruno Chaves Correia-Lima, Ariadne Scalfoni Rigo e Maria Elisabete Pereira dos Santos nos trazem Memória organizacional e construção de identidade local: uma análise da mobilização e organização social no Conjunto Palmeira. Neste trabalho os autores buscam compreender os mecanismos pelos quais a memória organizacional influencia a construção e o fortalecimento da memória e da identidade de lugar. Como caso, parte do Conjunto Palmeira, localizado em Fortaleza-CE e caracterizado por uma história ligada à mobilização social e economia solidária. Os autores identificaram vários artefatos como mecanismos de construção identitária. Vídeos, cartilhas, atas de reuniões e outros são utilizados na adesão dos moradores a projetos de mobilização social, desvelando o efeito da memória organizacional sobre a memória social e a identidade local.

Na sequência, temos o artigo assinado por Flávio José de Melo e Marcielle Anzilago. Intitulado Sustentabilidade no Brasil: uma análise dos disclosures socioambientais em instituições bancárias privadas signatárias da GRI, o artigo trata das principais iniciativas utilizadas para mitigar impactos ao meio ambiente, sob a ótica socioambiental adotada pelas instituições bancárias privadas no Brasil, e busca identificar nos disclosures as ações que norteiam o desenvolvimento sustentável no modelo GRI. Com base na análise qualitativa de relatórios anuais de sustentabilidade de três bancos privados, os autores destacam que as principais iniciativas são os programas que visam mitigar impactos ambientais direcionados a gestão das emissões, educação ambiental, programas de ecoeficiência e mecanismos de desenvolvimento limpo. Dessa forma, concluem que o relatório GRI permite o monitoramento e a melhoria da performance socioambiental.

O último artigo desta edição é de autoria de José Osmar Gomes, Letícia Dias Fantinel, Márcia Prezotti Palassi e Alfredo Rodrigues Leite da Silva. Identificação e alteridade na identidade organizacional de uma organização pública busca compreender a relação entre transformações contextuais vividas por uma autarquia estadual capixaba e as configurações identitárias manifestadas por gestores da organização. Por meio de entrevistas semiestruturadas e análise documental, os autores que as mudanças pelas quais passaram a autarquia impactou em transformações identitária.

 

Boa Leitura

Wescley Silva Xavier

Editor-Chefe