Comprometimento Organizacional no Poder Judiciário Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.21118/apgs.v17i2.18387Palavras-chave:
Comprometimento Organizacional, EBACO-R, Poder Judiciário, Comportamento Organizacional, Administração judiciáriaResumo
Objetivo do Estudo: Analisar o Comprometimento Organizacional em instituições do Poder Judiciário Brasileiro, utilizando a versão refinada da Escala de Bases do Comprimento Organizacional.
Enquadramento Teórico: O Comprometimento Organizacional é um clássico tema de pesquisa nos estudos sobre Comportamento Organizacional. Esta pesquisa abordou as principais contribuições sobre o constructo e o contextualizou com a história e as características do Judiciário Brasileiro.
Metodologia: O estudo foi desenvolvido com uma abordagem quantitativa, a partir de um levantamento de carácter descritivo. O instrumento utilizado foi aplicado em uma amostra de 920 servidores de diversos ramos e tribunais do Poder Judiciário. Os dados coletados foram analisados a partir da estatística descritiva e da análise da fatorial confirmatória – AFC.
Resultados: Os resultados evidenciam a presença de um forte comprometimento de base afetiva, mas também indicam a ausência de sentimentos de afiliação, como vínculos de aceitação, pertencimento em grupo e intenção de permanência. Verificou-se ainda que a EBACO-R possui um bom nível de qualidade e precisão para medir o comprometimento organizacional no âmbito do Poder Judiciário, visto que o modelo apresentou índices psicométricos considerados relevantes pela literatura.
Originalidade: A proposta inova ao considerar o contexto do Judiciário Brasileiro com a análise de múltiplos tribunais e ramos da justiça, superando os estudos de caso anteriores que, de forma geral, apenas analisaram pontualmente determinados tribunais.
Contribuições Teóricas e Práticas: O estudo apresenta importante contribuição teórica ao atender as sugestões da literatura de que novos trabalhos examinem o desempenho da EBACO-R em diferentes culturas e setores da economia e os resultados, de forma prática, permitem ao Judiciário Brasileiro avaliar, melhorar ou desenvolver práticas de tomadas de decisões e políticas estratégicas eficazes de Gestão de Pessoas.
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