Editorial
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Administração Pública e Gestão Social, vol. 16, núm. 2, 2024
Universidade Federal de Viçosa
Prezados(as) Leitores(as),
É com imensa satisfação que comunico que a partir desta edição assumo como Editor Chefe da APGS. Já sentindo o peso da responsabilidade por liderar um periódico com tantas histórias tecidas ao longo dos anos, comprometo-me a priorizar ainda mais investigações que nos façam refletir sobre os avanços e desafios da administração pública brasileira. Em meio a tantas questões críticas de cunho social, cultural, político e principalmente tecnológico, novas reflexões que evidenciem como a gestão pública brasileira vem sendo desenvolvida nesse emaranhado de complexidades tornam-se urgentemente necessárias.
Com entusiasmo, destaco que os avanços alcançados até o presente momento por toda a equipe de editores(as) e principalmente pelo laborioso trabalho voluntário dos(as) avaliadores(as) permitiram posicionar a APGS entre os principais periódicos científicos de Administração Pública do Brasil. Nosso compromisso a partir de agora é garantir que a qualidade seja mantida e que as principais pautas que inquietam nossos pesquisadores não sejam esvaziadas ou superficialmente exploradas. Nós esperamos mais! Esperamos que os diferentes nuances que Roberto DaMatta nos disse a respeito do que faz do Brasil, Brasil, sejam minuciosamente apresentados à comunidade científica, para que possamos fundamentar melhor nossos debates e novas pesquisas, trazendo à tona nossa identidade, nossas fraquezas, nossas cicatrizes e nossas potencialidades enquanto gestão pública.
Muitas vezes esse conjunto de identidades locais, justapostas em distintas formas de se fazer gestão, é difícil de ser compreendido em nossas organizações públicas. Cruzam-se dados, mudam-se as lentes teóricas ou os instrumentos de coleta; utilizam-se novas bases epistemológicas; contrastam-se as descobertas sob a luz e mesmo assim, a realidade não parece fazer sentido, tampouco se enquadrar nos ditos internacionais. Por mais que o que se enquadra e dialoga com as pesquisas internacionais nos dê uma certa paz espiritual e nos mostre que não estamos sozinhos no modo de se fazer gestão pública, os desenquadramentos também nos interessam. Seja para nos valorizar ou para nos fazer questionar, esperamos reflexões que destaquem se o que fazemos, como fazemos e se os instrumentos que usamos para navegar nesse mar tão complexo como a gestão pública brasileira estão adequados, ou se é possível mudar algo.
Nesse sentido, seguindo a tradição da revista e buscando tornar o debate científico mais amplo, apresentamos nesta edição onze contribuições que dialogam com essas novas complexidades. As questões discutidas nos trabalhos desta edição envolvem temas como o desmonte e discricionariedade em políticas públicas; as atribuições, responsabilidades e necessidades de servidores públicos; as relações de governança, desempenho e produtividade em organizações públicas; o desenvolvimento e desempenho socioeconômico em municípios; memória e aprendizagem organizacional e normas de contabilidade no setor público.
Desejo uma ótima leitura a todos(as).
Layon Carlos Cezar
Editor Chefe APGS