TY - JOUR AU - Simonini, Eduardo AU - Romagnoli, Roberta Carvalho PY - 2020/02/27 Y2 - 2024/03/29 TI - Apresentação: Pesquisar é estranhar a realidade: processos de subjetivação e cotidiano JF - Educação em Perspectiva JA - Educ. em Perspec. VL - 10 IS - SE - Dossiê DO - 10.22294/eduper/ppge/ufv.v10i.9660 UR - https://periodicos.ufv.br/educacaoemperspectiva/article/view/9660 SP - e019044 AB - <p>A produção de conhecimento não é uma linha reta que segue em direção a um inconteste progresso. Ao contrário disso, tal produção sofre contínuas perturbações, no entrelaçamento de saberes, práticas, maneiras de pensar. Certo é que tais questões trouxeram interferência na própria noção de pesquisa científica, sendo que a realidade, vista como sendo um quebra-cabeça a ser decifrado – um código a ser desvendado por meio de ferramentas teórico-metodológicas cada vez mais apuradas – foi assumida como possuindo uma essência imutável a servir de modelo a partir da qual se organizavam todas as variações possíveis. Compreender esse núcleo fundante, essa verdade, ponto da gênese do cosmos, das grandes narrativas e de tudo que o difere, se tornou um projeto, seguramente ambicioso, da ciência moderna em seus desdobramentos em diferentes áreas de conhecimento.&nbsp;Porém, seria possível fazer da dúvida metódica cartesiana um instrumento de questionamento das verdades que a própria modernidade acolheu para si: verdades instaladas em grandes narrativas a definir posições de gênero, de universo, de educação, de conduta, de futuro, de ordem, de felicidade, de humanidade? Seria possível estranhar inclusive a própria noção de “essência”, de “verdade” e de “realidade”? Seria possível novamente utilizar a ferramenta da dúvida para produzir estranhamento no que já está estabelecido como inconteste e colocar movimento problematizador naquilo assumido como inquestionável? A partir desses desassossegos,&nbsp;&nbsp;os artigos reunidos neste dossiê têm por proposta – cada um em seu campo de problematização – trazer um pensar que estranhe, colocando movimento em perspectivas consideradas estáveis em sua naturalidade, driblando a “verdade” e acolhendo as interferências produzidas (tanto na realidade, quanto no próprio pesquisador) pelo processo de conhecer.&nbsp;</p> ER -