A ATIVIDADE REFLEXIVA NOS LIMITES DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR

Autores

  • Vânia Maria Lescano Guerra Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Resumo

Este ensaio objetivou tecer comentários não só sobre a fala e trabalho do professor de Língua Materna, Língua Portuguesa, mas também avaliar as condições de produção do seu discurso, que envolvem o eu-aqui-agora, a instituição escolar, o próprio professor e a sua formação, o aluno e o livro didático, investigando o vaivém constante entre o discurso escolar e outros discursos que intervêm nele, num jogo ideológico que articula o poder e o saber no bojo da cultura e da história. O arcabouço teórico do trabalho fundamentou-se nos estudos da Análise do Discurso, de linha francesa, em que foram mobilizados conceitos a respeito das práticas em sala de aula de Língua Portuguesa. Cabe ao lingüista olhar os mecanismos das instituições de ensino, lugar de constituição do sujeito (Foucault, 1980, 1985 e 1986), questionar a “verdade” de nossos discursos consagrados, cultivados e examinar a constituição das relações de ensino e aprendizagem que justifica o dizer do professor e sua ação. Também as teorias sobre o Professor Reflexivo (Barcelos, 2001, Gardner, 2000 e Neves, 2001) constituíram nossa base para o entendimento das atividades escolares. De modo geral, todas a propostas enunciadas pelos sujeitos de nosso trabalho com professores em serviço foram influenciadas por uma concepção de linguagem como estrutura fechada em si mesma e isolada do mundo. Em todas mostrou-se a imposição ao ensino de Língua Portuguesa da necessidade de clareza, objetividade e informação, pressuposto inerente à concepção que define linguagem como instrumento de comunicação. O entendimento dessa relação de poder (em que o professor é a versão autorizada que corresponde à visão de mundo das forças sociais dominantes) passou pela percepção da existência de uma cultura escolar em que os diversos indivíduos que nela entram e trabalham adaptam seus valores aos valores, crenças, expectativas e comportamento da instituição. Adaptam-se à sua cultura materializada no conjunto de práticas,  rocessos, lógicas, rituais constitutivos da instituição. Contudo, essa situação não precisa permanecer.

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Biografia do Autor

Vânia Maria Lescano Guerra, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Docente do Programa de Mestrado em Letras da UFMS do campus de Três Lagoas

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Publicado

2018-12-13

Como Citar

Guerra, V. M. L. (2018). A ATIVIDADE REFLEXIVA NOS LIMITES DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR. Revista De Ciências Humanas, 1(4). Recuperado de https://periodicos.ufv.br/RCH/article/view/3824

Edição

Seção

Artigos