O Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS) em perspectiva: turismo, pesca e conflito

Autores

  • Adriane Cristina Benedetti Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural

DOI:

https://doi.org/10.36363/rever722018190-212

Resumo

A criação de Unidades de Conservação constitui um dos principais instrumentos da política ambiental brasileira. Segundo os dados oficiais, existem mais de 2 mil Unidades de Conservação criadas no país, seja por iniciativa do governo federal, quanto pelas administrações estaduais e municipais. A relação entre populações humanas e áreas naturais protegidas tem sido marcada por tensionamentos, levando ao questionamento de por que a ação do Estado na criação de Unidade de Conservação ambiental se configura em conflito? O presente artigo visa dar conta dessa questão fazendo uso do instrumental analítico da Sociologia Crítica, tendo por objeto de estudo o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, localizado entre os municípios de Mostardas e Tavares, no litoral do estado do Rio Grande do Sul.

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Biografia do Autor

Adriane Cristina Benedetti, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural

Engenheira Agrônoma da Emater/RS-Ascar. Mestre em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pelo Curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2018-12-11

Como Citar

Benedetti, A. C. (2018). O Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS) em perspectiva: turismo, pesca e conflito. Revista De Extensão E Estudos Rurais, 7(2), 190–212. https://doi.org/10.36363/rever722018190-212