RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E A PERCEPÇÃO DA AUTOIMAGEM ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DA CIDADE DE UBÁ/MG
Resumo
Há evidências de que o comportamento alimentar e a imagem corporal são criados ainda na adolescência; nessa fase, pode-se perceber uma crescente preocupação com o corpo, podendo haver a distorção de imagem. Essas distorções da imagem corporal que os adolescentes têm podem gerar atitudes inadequadas, que prejudicam seu crescimento e desenvolvimento físico e psicológico. Por meio das medidas antropométricas, pode-se identificar a propensão a riscos, ocasionada tanto pela magreza excessiva quanto pelo excesso de peso, propiciando um ponto de partida para as devidas e necessárias intervenções. O objetivo do presente estudo consistiu em verificar a correlação entre o IMC e a percepção da imagem corporal, através de questionário e teste de silhueta realizado com estudantes de ambos os sexos da rede pública de ensino da cidade interiorana de Ubá/MG. Para avaliação da percepção da imagem corporal foi aplicado o questionário Body Shape Questionnaire - BSQ (COOPER et al., 1987), bem como o teste de escalas de silhuetas. A amostra foi composta por 228 estudantes na faixa etária dos 11 aos 19 anos, sendo 82 meninos (14,1 ± 1,9 anos) e 146 meninas (14,3 ± 1,91 anos) da 5ª série do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. A análise percentual indicou a existência de diferenças em relação à Insatisfação Corporal (BSQ) entre gêneros na variável BSQ, estando o sexo feminino com média de ± 82,9; no sexo masculino esse dado não demonstrou significância, não se observando insatisfação com o corpo, sendo a média de ± 59,3. Os dados de percepção da imagem corporal apresentaram para o sexo feminino o PICR com média da silhueta de ± 3,00 e PICI com média da silhueta de ± 2,00. Para o sexo masculino, o PICR apresentou média da silhueta de ± 3,04 e PICI com média de ±3,24. Assim, não houve diferença significativa, indicando satisfação entre os meninos. O IMC dos indivíduos avaliados apontou que 15% dos meninos e 10% das meninas estão com baixo peso; 72% dos meninos e 74% das meninas estão eutróficos; 13% dos meninos e 24% das meninas estão com sobrepeso; e 14% dos meninos e 4% das meninas estão obesos. Conclui-se que a insatisfação com a imagem corporal foi mais prevalente no sexo feminino; o sexo masculino tende a aceitar a sua imagem corporal, mesmo dentro de um estado nutricional inadequado, enquanto as meninas parecem mais preocupadas com sua imagem corporal, estando mais insatisfeitas.
Downloads
Referências
ADAMI, F.; FRAINER, D. E. S.; SANTOS, J. F. S.; FERNANDES, T. C.; DE-OLIVEIRA, F. R. Insatisfação corporal e atividade física em adolescentes. Psicologia. Teoria e Pesquisa, v. 24, p. 143-149, 2008.
BALLONE, G. J. Vigorexia. In: PsiqWeb. Disponível em: <http://gballone.sites.uol.com.br/alimentar/vigorexia.html>. Acesso em: 18. set. 2010.
BRANCO, L. M.; HILÁRIO, M. O. E.; CINTRA, I. de. P. Percepção e satisfação corporal em adolescentes e a relação com seu estado nutricional. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 33, p. 292-296, 2006.
CORSEUIL, M. W.; PELEGRINI, A.; BECK, C.; PETROSKI, E. L. Prevalência de insatisfação com a imagem corporal e sua associação com a inadequação nutricional em adolescentes. Revista da Educação Física, v. 20, p. 25-31, 2009.
SCHILDER, P. A imagem corporal: as energias construtivas da Psique. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
SILVA, R. F. et al. Imagem corporal na perspectiva de Paul Schilder: contribuições para trabalhos corporais na área de educação física,dança e pedagogia. Revista Digital, n. 68, 2004. Disponível em: <http://www.efdeportes.com>. Acesso em: 01 jun. 2010.
TRICHES, Rozane Márcia; GIUGLIANI, E. R. J. Insatisfação corporal em escolares de dois municípios da região Sul do Brasil. Revista de Nutrição, v. 20, p. 119-128, 2007. Disponível em: <http://www.cdc.gov/growthcharts>. Acesso em: 15 out. 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os artigos submetidos e publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião do Comitê Editorial. A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. O manuscrito submetido deve ser original, não podendo ter sido publicado em qualquer outro veículo de informação científica, e nem submetido para publicação em outra revista científica. Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista Mineira de Educação Física, ficando sua reimpressão total ou parcial de acordo com a licença Creative Commons Attibution 4.0. Deve ser consignada a fonte de publicação original. Os originais não serão devolvidos aos autores. As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.