COMPARAÇÃO ENTRE A VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E INDICADOR ANTROPOMÉTRICO DE RISCO CARDIOVASCULAR NUMA POPULAÇÃO FEMININA FISICAMENTE ATIVA

Autores

  • Jéssica Fernanda Garcia Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física - Universidade de Coimbra - Portugal
  • Carlos Fontes Ribeiro Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física - Universidade de Coimbra - Portugal; Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra - Portugal
  • Paula Tavares Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física - Universidade de Coimbra - Portugal

Palavras-chave:

perímetro da cintura, variabilidade da frequência cardíaca, exercício físico, risco cardiovascular e obesidade

Resumo

A Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) constitui uma técnica não invasiva de avaliar o funcionamento do sistema nervoso autônomo. O Perímetro da Cintura (PC) aumentado é um indicador de obesidade, por sua vez, preditora do risco acrescido de doença cardiovascular. OBJETIVOS: Analisar as alterações da resposta autonômica em dois grupos de jovens mulheres, obesas e não obesas, classificadas através do PC. MATERIAL E MÉTODOS: Participaram do estudo 12 voluntárias do sexo feminino, divididas equilibradamente em obesas e não obesas, que foram submetidas a um protocolo incremental em tapete rolante. Os parâmetros da VFC analisados foram SDNN, RMSSD, HF, LF e rácio LF/HF, determinados através do registro do intervalo R-R obtido por um cardiofrequencímetro Polar S810 e analisados através do software Kubios HRV, versão 2.0. RESULTADOS: Não se observaram diferenças entre grupos nos parâmetros da VFC após o primeiro minuto de recuperação ativa, verificando-se, no entanto, tendência para valores médios superiores de LF após 20 minutos de recuperação passiva no grupo de mulheres obesas. DISCUSSÃO: Contrariando alguma literatura, que refere menor VFC em obesas, os resultados deste estudo apontam para um comportamento semelhante após o primeiro minuto de recuperação ativa nos dois grupos. Contudo, nota-se incremento na influência parassimpática no grupo das não obesas após 20 minutos de recuperação passiva, podendo esse comportamento constituir-se com potencial na predição do risco cardiovascular. CONCLUSÃO: Concluímos que o grupo de mulheres jovens obesas apresenta menor variabilidade da frequência cardíaca após 20 minutos de recuperação passiva, quando comparado com um grupo normoponderal.

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Publicado

2015-10-30

Como Citar

Garcia, J. F. ., Ribeiro, C. F. ., & Tavares, P. . (2015). COMPARAÇÃO ENTRE A VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E INDICADOR ANTROPOMÉTRICO DE RISCO CARDIOVASCULAR NUMA POPULAÇÃO FEMININA FISICAMENTE ATIVA. Revista Mineira De Educação Física, 23(3), 22–33. Recuperado de https://periodicos.ufv.br/revminef/article/view/9948

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