COMÉRCIO JUSTO, SABERES LOCAIS E ARTICULAÇÃO DE ATORES: LIÇÕES DO PROJETO ARTE BANIWA NO BRASIL

Autores

  • Rafael D'Almeida Martins Universidade Estadual de Campinas
  • Natalie Unterstell

DOI:

https://doi.org/10.21118/apgs.v1i4.4011

Palavras-chave:

Comércio justo e solidário, Saber local, Economia social

Resumo

Este artigo pretende apontar as possibilidades de desenvolvimento de práticas de comércio justo no Brasil a partir de um estudo de caso realizado no Projeto Arte Baniwa, uma iniciativa da Organização Indígcena da Bacia do Içana (OIBI) e da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), com o apoio do Instituto Socioambiental (ISA). A metodologia engloba pesquisa etnográfica com observação participante, além de uma revisão da bibliografia disponível sobre o tema. A análise do estudo de caso concentrou-se em dois eixos principais: o primeiro aborda a iniciativa a partir dos vínculos interorganizacionais existentes entre os parceiros (atores) e identifica a presença de duas lógicas distintas que permeiam o projeto; o segundo contempla a realidade de muitas experiências de comércio justo que crescem no país articuladas com projetos mais amplos de geração de renda e desenvolvimento local.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Natalie Unterstell

Pós-graduada em Economia Ambiental (CATIE/Costa Rica). Graduada em Administração de Empresas (FGV/EAESP) Assessora do Instituto Socioambiental (ISA)

Referências

BRESLER, R.; OLIVEIRA, F. Projeto Arte Baniwa. In: BARBOZA, H. B.; SPINK, P. K.
(Orgs.). 20 Experiências de Gestão Pública e Cidadania. São Paulo: FGV, 2002, p. 39-61.
CALIL, L. Fazendo arte e inventando novas tradições: a experiência de comercialização da
arte baniwa. In: PROGRAMA GESTÃO PÚBLICA E CIDADANIA. Desenvolvimento
Socioeconômico Local: relações solidárias na pequena produção. Fórum de Discussão.
Recife: PGPC/FGV/EAESP, 2002, p. 5-53.
DINIZ, J.H.; FERRARI, G. Comércio solidário no Brasil: esta idéia tem futuro? In:
FRANÇA, C. L. (Org.). Comércio Ético e Solidário. São Paulo: Fundação Friedrich
Ebert/ILDES, 2002, p. 34-57.
FRANÇA, C. L. Apresentação. In: FRANÇA, C. L. (Org.). Comércio Ético e Solidário. São
Paulo: Fundação Friedrich Ebert/ILDES, 2002, p. 5-13.
______.______. São Paulo: Fundação Friedrich Ebert/ILDES, 2003, p. 8-15.
FRANÇA, C. L.; SILVA, I. P.; VAZ, J. C. (Org.). Aspectos Econômicos de Experiências de
Desenvolvimento Local. São Paulo: Instituto Pólis, 2002, 123 p.
FRANÇA FILHO, G. C. Novos Arranjos Organizacionais Possíveis? O Fenômeno da
Economia Solidária em Questão (Precisões e Complementos). Organizações & Sociedade,
Salvador, v. 8, n. 20, p. 1-14, 2001.
______. Terceiro Setor, Economia Social, Economia Solidária e Economia Popular: traçando
fronteiras conceituais. Bahia Análise & Dados, Salvador, v. 12, n. 1, p.4-8, 2002.
______. A temática da economia solidária e suas implicações originais para o campo dos
estudos organizacionais. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 37, n. 1, p.
11-31, 2003.
GEERTZ, C. The Interpretation of Cultures. New York: Basic Books, 1973.
GOODMAN, M. K. Reading fair trade: political ecological imaginary and the moral economy
of fair trade foods. Political Geography, Oxford, v. 23, p. 891–915, 2004.
GRÜNINGER, B.; URIARTE, A. Fair Trade: uma introdução e algumas considerações. In:
FRANÇA C. L. (Org.). Comércio Ético e Solidário. São Paulo: Fundação Friedrich
Ebert/ILDES, p. 57-69, 2002.
LEHTONEN, M. The environmental–social interface of sustainable development:
capabilities, social capital, institutions. Ecological Economics, Oxford, v. 49, n. 2, p. 199-
214, 2004.
MARTINS, R.D.A.; VAZ, J. C.; CALDAS, E. L. Participación ciudadana, articulación de
actores y desarrollo local: un análisis comparado de experiencias brasileras. Revista
Mercatec, Medelin, n. 43, p. 29-41, 2007.
MARTINS, R.D.A.; CALDAS, E. L. Uma Análise Comparada de Experiências de
Desenvolvimento Econômico Local no Brasil. Revista Brasileira de Gestão e
Desenvolvimento Regional, Taubaté, v. 5, p. 70-93, 2009a.
MARTINS, R.D.A.; CALDAS, E. L. Visões do Desenvolvimento Local: uma análise
comparada de experiências brasileiras. Interações (UCDB), Campo Grande, v. 10, p. 207-
218, 2009b.
MOORE, G. The Fair Trade Movement: Parameters, Issues and Future Research. Journal of
Business Ethics, Amsterdam, v. 53, p. 73–86, 2004.
OXFAM. Rigged Rules and Double Standards: trade, globalization and the fight against
poverty. Oxford: Oxfam International, UK, 2002, 319 p.
RAYNOLDS, L. T. Re-embedding global agriculture: The international organic and fair trade
movements. Agriculture and Human Values, Amsterdam, v. 17, p. 297–309, 2000.
RAYNOLDS, L. T. Consumer/Producer Links in Fair Trade Coffee Networks. Sociologia
Ruralis, Amsterdam, v. 42, n. 4, p. 404-424, 2002.
REISS, J. Arte Baniwa - Cestaria Indígena de arumã. In: SEMINÁRIO SOBRE
ALTERNATIVAS ECONÔMICAS DA REDE DE ALTERNATIVAS ECONÔMICAS,
2001, Goiás Velho, Anais... Goiás Velho: Rede de Alternativas Econômicas, 2001, p. 28-30.
RENARD, M. C. Fair trade: quality, market and conventions. Journal of Rural Studies,
Oxford, v. 19, p. 87–96, 2003.
SAMPAIO, F.; FLORES, M. Comércio ético e solidário e a agricultura familiar brasileira: um
outro mercado é possível? In: FRANÇA, C. L. (Org.). Comércio Ético e Solidário. São
Paulo: Fundação Friedrich Ebert/ILDES, p. 72-85, 2002.
SANTOS, B. de S., RODRÍGUEZ-GARAVITO, C. A. Introduction: Expanding the
Economic Canon and Searching for Alternatives to Neoliberal Globalization. In: SANTOS, B.
de S. (Org.). Another Production is Possible. Beyond the Capitalist Canon. London: Ed.
Verso, 2006, 540 p.
SELLTIZ, C.; WRIGHTSMAN, L. S.; COOK, S. W. Research Methods in Social
Relations, ed. 3rd, New York: Holt, Rhinehart & Winston, 1976.
SEN, A. O Desenvolvimento como expansão das capacidades. Lua Nova, São Paulo, n.
28/29, p. 313-334, 1993.
TALLONTIRE, Anne. Partnerships in fair trade: reflections from a case study of Cafedirect.
Development in Practice, Oxford, v. 10, n. 2, p. 166-177, 2000.
TIBURCIO, B. A.; VALENTE, A. L. E. F. O comércio justo e solidário é alternativa para
segmentos populacionais empobrecidos? Estudo de caso em Território Kalunga (GO).
Revista de Economia e Sociologia Rural, Brasilia, v. 45, n. 2, p. 497-519, 2007.

Downloads

Publicado

2010-07-22

Como Citar

D’Almeida Martins, R., & Unterstell, N. (2010). COMÉRCIO JUSTO, SABERES LOCAIS E ARTICULAÇÃO DE ATORES: LIÇÕES DO PROJETO ARTE BANIWA NO BRASIL. Administração Pública E Gestão Social, 1(4), 358–378. https://doi.org/10.21118/apgs.v1i4.4011

Edição

Seção

Artigos