A Incidência de Penalidades sob a Lei Anticorrupção: Um Estudo a partir do Cadastro Nacional de Empresas Punidas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21118/apgs.v17i1.18464

Palavras-chave:

Lei Anticorrupção, Teorias da pena, Corrupção

Resumo

Objetivo da pesquisa: Analisar a incidência de penalidades aplicadas às empresas que praticaram atos lesivos contra a administração pública com fundamento na Lei Anticorrupção (LAC).

Enquadramento teórico: As multas previstas na LAC são analisadas à luz de diferentes perspectivas dos fins da pena, em que a sua imposição seria considerada uma resposta a atos lesivos, com o fim de retribuir financeiramente o dano causado pelo infrator, de prevenir a reincidência do ato ou dissuadir a prática desses atos pela sociedade.

Metodologia: Os dados foram obtidos a partir do Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP) e analisados por meio de estatísticas descritivas e testes de Mann-Whitney e de Kruskall-Wallis.

Resultados: Existem 498 multas ativas documentadas no CNEP e elas equivalem a R$ 1,706 bilhão, bem como há, em média, quase R$ 18 milhões de multas sancionadas mensalmente. Observou-se uma tendência de crescimento no número de multas de 2016 a 2023 e multas sancionadas por valores insignificantes como um real.

Originalidade: Embora a literatura prévia tenha gerado achados valiosos, permanece uma lacuna referente à análise das multas registradas no CNEP sob um nível de escrutínio mais rígido. Essa carência é direcionada pelo presente estudo.

Contribuições teóricas e práticas: Este estudo contribui ao oferecer evidências que promovam a transparência e o controle social, bem como de serem úteis à elaboração de políticas governamentais em relação ao combate à corrupção, particularmente em solo nacional. Adicionalmente, percebe-se que há poucos estudos empíricos que analisam as multas oriundas da LAC e as discutem a partir de diferentes perspectivas dos fins da pena.

Downloads

Referências

Bettiol, G. (1977). Direito penal (2nd ed.). Revista dos Tribunais.

Capasso, S., Cicatiello, L., De Simone, E., & Santoro, L. (2022). Corruption and tax revenues: Evidence from Italian regions. Annals of Public and Cooperative Economics, 93(4), 1129–1152. https://doi.org/10.1111/apce.12356

Castro, P. R., Amaral, J. V., & Guerreiro, R. (2019). Adherence to the compliance program of Brazil’s anti-corruption law and internal controls implementation. Revista Contabilidade & Finanças, 30(80), 186–201. https://doi.org/10.1590/1808-057x201806780

Cordeiro, A. (2007). Teorias legitimadoras da pena como critério inicial da atividade judicial de individualização. Revista Da Esmese, 10, 115–136.

Crittenden, V. L., Hanna, R. C., & Peterson, R. A. (2009). The cheating culture: A global societal phenomenon. Business Horizons, 52(4), 337–346. https://doi.org/10.1016/j.bushor.2009.02.004

Guerrero-Dib, J. G., Portales, L., & Heredia-Escorza, Y. (2020). Impact of academic integrity on workplace ethical behaviour. International Journal for Educational Integrity, 16(1), 2. https://doi.org/10.1007/s40979-020-0051-3

Halter, M. V., de Arruda, M. C. C., & Halter, R. B. (2009). Transparency to reduce corruption? Journal of Business Ethics, 84(S3), 373–385. https://doi.org/10.1007/s10551-009-0198-6

Martins, R. M. (2020). Disposições finais da lei de combate à corrupção. Revista de Direito Administrativo e Infraestrutura, 4(12), 187–230. https://doi.org/10.48143/RDAI.12.rmm

McCabe, D. L., Trevino, L. K., & Butterfield, K. D. (1996). The influence of collegiate and corporate codes of conduct on ethics-related behavior in the workplace. Business Ethics Quarterly, 6(4), 461. https://doi.org/10.2307/3857499

Moisés, J. Á. (2010). Political corruption and democracy in contemporary Brasil. Revista Latino-Americana de Opinión Pública, 1. https://www.academia.edu/download/75318855/corruption.pdf

Oliveira, E. N. De, & Moisés, J. Á. (2023). Corruption in the perception of Brazilian society: persistence and resilience. Opinião Pública, 29(2), 270–303. https://doi.org/10.1590/1807-01912023292270

Oliveira, R. C. R., & Neves, D. A. A. (2014). O sistema brasileiro de combate à corrupção e a Lei no 12.846/2013 (Lei Anticorrupção). Revista Brasileira de Direito Público, 12(44), 9–21. https://www.editoraforum.com.br/wp-content/uploads/2015/10/sistema-brasileiro-combate-corrupcao.pdf

Prado, L. R. (2004). Teoria dos fins da pena: breves reflexões. Ciências Penais: Revista Da Associação Brasileira de Professores de Ciências Penais, 143–158. http://www.regisprado.com.br/Artigos/Luiz Regis Prado/Teoria dos fins da pena.pdf

Sandel, M. J. (2009). Justice: What’s the right thing to do? Farrar, Straus and Giroux.

Silva, M. F. da. (1999). The political economy of corruption in Brazil. Revista de Administração de Empresas, 39(3), 26–41. https://doi.org/10.1590/S0034-75901999000300004

TCU. (2018). Referencial de combate à fraude e corrupção. In Tribunal de Contas da União. https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A258B033650158BAEFF3C3736C

Publicado

2025-03-18

Como Citar

Hideo Nasu, V., Sasso, M., & Gabriel da Silva, B. (2025). A Incidência de Penalidades sob a Lei Anticorrupção: Um Estudo a partir do Cadastro Nacional de Empresas Punidas. Administração Pública E Gestão Social, 17(1). https://doi.org/10.21118/apgs.v17i1.18464

Edição

Seção

Artigos