O Poder Político-Burocrático na Gestão Pública Brasileira: uma Crítica de seus Marcos Reformistas à Luz de Adorno
DOI:
https://doi.org/10.21118/apgs.v1i3.5115Palavras-chave:
dialética negativa, burocracia, antissistemaResumo
A conformação da burocracia pública brasileira avançou historicamente pela adoção de modelos excludentes para governar o Estado, integrados à hegemonia necessária para a permanência do poder nas mãos da classe dominante. À luz da dialética negativa de Adorno (2009), apresentamos neste ensaio uma análise crítica antissistema dos marcos reformistas da constelação político-burocrática da Gestão Pública brasileira. Partimos da burocracia do poder desde o Estado Novo, para compreender o poder da burocracia no desenvolvimento da estrutura capitalista dependente, de modo que situamos o democratismo e a estadania como anticategorias do pensamento convencional de democracia e cidadania.
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