CICLOS DE NEGÓCIOS NOS SETORES INTENSIVOS EM TECNOLOGIA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NO BRASIL

Autores

  • Silvia Heleno Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Luckas Sabioni Lopes Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Chrystian Soares Mendes Universidade Federal de Ouro Preto

DOI:

https://doi.org/10.25070/rea.v17i2.7906

Resumo

O presente artigo caracterizou os ciclos de negócios nos setores produtivos intensivos em tecnologia no Brasil, uma vez que estes assumem papel importante para o desempenho de longo prazo da economia. Após a construção de um indicador coincidente aos setores, foi possível perceber que este exibe ciclos econômicos duas vezes mais acentuados que os da industrial em geral. As recessões têm duração de dez meses e perdas anualizadas de 10% em média. As expansões perduram por 26 meses e geram ganhos de 8% a.a. Tal fato indica assimetrias ao longo das fases dos ciclos. Outro resultado interessante mostra que a volatilidade nos setores se reduziu após a estabilização da economia, em 1994. Ainda assim, a alta sensibilidade a choques deste ramo da atividade produtiva sugere que ele seja um potencial alvo para a política industrial no país.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Silvia Heleno, Universidade Federal de Juiz de Fora

Bacharel em ciências econômicas, UFJF/GV

Luckas Sabioni Lopes, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutor em Economia Aplicada, UFV-DER/UC Riverside. Professor do Departamento de Economia da UFJF/GV.

Chrystian Soares Mendes, Universidade Federal de Ouro Preto

Doutor em Economia Aplicada, UFV/DER. Professor do Departamento de Economia da UFOP-Mariana

Referências

ABREU, M. P.; WERNECK, R. L. F. Estabilização, abertura e privatização. 1990-1994. In: ABREU, M. P. A ordem do Progresso: Dois Séculos de Política Econômica no Brasil. Elsevier Brasil, 2014. Cap. 15, p. 313-330.
BAER, W. Economia brasileira. NBL Editora, 2002.
BRY, G.; BOSCHAN, C. Programmed selection of cyclical turning points. In: Cyclical Analysis of Time Series: Selected Procedures and Computer Programs. NBER, 1971. p. 7-63.
BURNS, A.; MITCHELL, W. C. Measuring Business Cycles. Cambridge, Mass.: National Bureau of Economic Research, NBER, 1946. 590 p.
CHANG, Y.; HWANG, S. Asymmetric phase shifts in the U.S. industrial production cycles. Review of Economics and Statistics, v.97, n.1, p. 116-133, 2015.
CHAUVET, M. The Brazilian business and growth cycles. Revista Brasileira de Economia, v. 56, n. 1, p. 75-106, 2002.
CLARK, P. K. The cyclical component of U.S. economic activity. Quarterly Journal of Economics, v. 102, n. 4, p. 797-814, 1987.
Comitê de Datação dos Ciclos Econômicos, CODACE. Comunicado CODACE. Rio de Janeiro: FGV/IBRE, 2015. Disponivel em: <http://portalibre.fgv.br/>. Acesso em: 11 janeiro 2018.
DUARTE, A. J.; ISSLER, J. V.; SPACOV, A. Indicadores coincidentes de atividade econômica e uma cronologia de recessões para o Brasil. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 34, n. 1, p. 1-38, 2004.
EVANS, M.; WACHTEL, P. Inflation regimes and the sources of inflation uncertainty. Journal of Money, Credit and Banking, v. 25, n. 3, p. 475-511, 1993.
FISCHER, S. The role of macroeconomic factors in growth. Journal of Monetary Economics, v. 32, n. 3, p. 485-512, 1993.
FREITAS, M. C. P. Os efeitos da crise global no Brasil: aversão ao risco e preferência pela liquidez no mercado de crédito. Estudos Avançados, v. 23, n. 66, 2009.
FRIEDMAN, M. Nobel Lecture: Inflation and Unemployment. Journal of Political Economy, v. 85, n. 3, p. 451-472, 1977.
HARDING, D.; PAGAN, A. Dissecting the cycle: a methodological investigation. Journal of monetary economics, v. 49, n. 2, p. 365-381, 2002.
HARDING, D.; PAGAN, A. Synchronization of cycles. Journal of Econometrics, v. 132, n. 1, p. 59-79, 2006.
HARVEY, A. C.; JAEGER, A. Detrending, stylized facts and the business cycle. Journal of applied econometrics, v. 8, n. 3, p. 231-247, 1993.
HOLLAUER, G.; ISSLER, J. V.; NOTINI, H. H. Novo indicador coincidente para a atividade industrial brasileira. Economia Aplicada, v. 13, n. 1, p. 5-28, 2009.
LONG, J. B.; PLOSSER, C. I. Sectoral vs. aggregate shocks in the business cycle. American Economic Review, v. 77, n. 2, p. 333-336, 1987.
LOPES, L. S.; MACEDO, L. R.; TOYOSHIMA, S. H. Integração fracionária nos ciclos econômicos de longo prazo no Brasil: Evidências iniciais de criticalidade auto-organizada. Revista Brasileira de Economia, v. 70, n. 4, p. 315-335, 2016.
MORLEY, J. C.; NELSON, C. R.; ZIVOT, E. Why are the Beveridge-Nelson and unobserved-components decompositions of GDP so different? Review of Economics and Statistics, v. 85, n. 2, p. 235-243, 2003.
NASSIF, A. Há evidências de desindustrialização no Brasil? Brazilian Journal of Political Economy, v. 28, n. 1, p. 72-96, 2008.
PASTORE, A. C.; GAZZANO, M.; PINOTTI, M. C. Por que a produção industrial não cresce desde 2010? In: BACHA, E.; BOLLE, M. B. (Orgs.). O futuro da indústria no Brasil: desindustrialização em debate. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
PERRON, P.; WADA, T. Let's take a break: Trends and cycles in US real GDP. Journal of monetary Economics, v. 56, n. 6, p. 749-765, 2009.
SHEA, J. Complementarities and comovements. Journal of Money, Credit, and Banking, v. 34, n. 2, p. 412-433, 2002.
SOLOW, R. M. A contribution to the theory of economic growth. Quarterly Journal of Economics, v. 70, n. 1, p. 65-94, 1956.
United Nations Conference on Trade and Development, UNCTAD. Trade and Development Report. New York and Geneva: United Nations, 2002.
WERNECK, R. L. F. Alternância política, redistribuição e crescimento, 2003-2010. In: ABREU, Marcelo P. A ordem do Progresso: Dois Séculos de Política Econômica no Brasil. Elsevier: Brasil, 2014. Cap. 17, p.357-381.
ZARNOWITZ, V.; OZYILDIRIM, A. Time series decomposition and measurement of business cycles, trends and growth cycles. Journal of Monetary Economics, v. 53, n. 7, p. 1717-1739, 2006.

Downloads

Publicado

2019-12-14

Como Citar

Heleno, S., Lopes, L. S., & Mendes, C. S. (2019). CICLOS DE NEGÓCIOS NOS SETORES INTENSIVOS EM TECNOLOGIA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NO BRASIL. Revista De Economia E Agronegócio, 17(2), 339–361. https://doi.org/10.25070/rea.v17i2.7906

Edição

Seção

Edição Especial - Macroeconomia e Desenvolvimento

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)