O PROCESSO DE NATURALIZAÇÃO DOS ATLETAS DE HANDEBOL PELO CATAR
Palavras-chave:
handebol, naturalização, política esportiva, IHF, Campeonato Mundial de Handebol Catar 2015Resumo
Ao longo da história do esporte se pode perceber como é comum alguns atletas passarem a representar países que não se relacionam à sua origem. A 24ª edição do Campeonato Mundial de Handebol Masculino Adulto 2015 ocorreu no Catar – um país árabe localizado no oriente médio que na modalidade está vinculado ao continente asiático. Um projeto do governo absolutista catari tem buscado sediar alguns dos principais eventos esportivos internacionais. Até este mundial o handebol do Catar não tinha nenhuma expressão internacional. Entretanto, através de um processo de naturalização de atletas de diversos países, conseguiu reunir uma seleção com elevada competência técnica, o que culminou com a conquista da segunda colocação no evento. A naturalização e a dupla cidadania dos atletas são ações comuns nos esportes em geral e, neste caso, seguiram as normas da International Handball Federation (IHF). Esse expediente tem sido utilizado nos esportes em geral desde seus primórdios, ainda nos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Na atualidade, cada federação busca tratar de suas normas para o processo de permissão dessas inclusões de atletas não nativos. O objetivo deste ensaio foi traçar um paralelo entre esse fato ocorrido no handebol com a modalidade de futebol. Serão apresentados os indicadores desse processo de naturalização forçada no campo da política esportiva internacional que permitiu ao Catar formar essa equipe, que passou a ser questionada pelos demais países praticantes. Todavia, ao verificar as fichas informativas de outras seleções de handebol de alguns países europeus, pode-se notar que a naturalização é algo corriqueiro. O que parece ter criado esse descontentamento foi a falta de tradição esportiva do Catar, ocupando uma posição de destaque no mapa do handebol internacional
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