COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO FÍSICO ENTRE HOMENS E MULHERES: REVISÃO DE LITERATURA

Autores

  • Marcos de Sá Rego Fortes Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército - IPCFEx
  • Runer Augusto Marson Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército - IPCFEx
  • Eduardo Camillo Martinez Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército - IPCFEx

Palavras-chave:

desempenho físico, fadiga, respostas neuromusculares

Resumo

A revisão da literatura foi realizada nos bancos de dados eletrônicos Medline e Web of Science, PubMed e livros-texto. Foram consultados trabalhos comparativos entre os gêneros retrospectivamente, até o ano de 1995. As diferenças relativas ao sexo no desempenho físico são explicadas, principalmente, pelas diferenças nas características fisiológicas e morfofuncionais de homens e mulheres. As respostas neuromusculares, metabólicas e morfológicas entre homens e mulheres refletem a ação de hormônios característicos. Um aspecto relacionado ao esforço físico em que são notadas diferenças entre os sexos diz respeito à instalação do quadro de fadiga. Estudos têm demonstrado que a fadiga da musculatura periférica em função do exercício é maior nas mulheres do que nos homens, o que resulta em menor rendimento delas em tarefas físicas. Em relação à força muscular absoluta, a da mulher média é 63,5% da força do homem. A força muscular da parte superior do corpo das mulheres é de 55,8% da força dos homens enquanto que a da parte inferior é de 71,9%. Já em relação à capacidade aeróbia, a diferença em valores absolutos no consumo máximo de oxigênio é de aproximadamente 30%. Resultados relativos à capacidade anaeróbica e potência anaeróbica apresentam os mesmos resultados que nos correspondentes aeróbicos. Como conclusão, fica clara a desvantagem do sexo feminino em relação ao masculino para todas as valências físicas, com exceção da flexibilidade, o que irá impactar o desempenho de tarefas militares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALARANTA, H. et al. Flexibility of the spine: normative values of goniometric and tape measurements. Scand. J. Rehabil. Med., v.26, n.3, p.147-154, 1994.
ARAUJO, C.G. Flexibility assessment: normative values for flexitest from 5 to 91 years of age. Arq. Bras. Cardiol., v.90, n.4, p.257-263, 2008.
BILZON, J.L.; SCARPELLO, E.G.; BILZON, E.; ALLSOPP, A.J. Generic task-related occupational requirements for Royal Naval personnel. Occup. Med. (Lond), v.52, n.8, p.503-510, 2002.
CARVALHO, A.C.G. et al. Relação entre flexibilidade e força muscular em adultos jovens de ambos os sexos. Rev. Bras. Med. Esporte, v.4, n.1, p.2-8, 1998.
CASTAGNA, C.; CASTELLINI, E. Vertical jump performance in italian male and female national team soccer players. J. Strength Cond. Res., v.27, n.4, p.1156-1161, 2013.
CHEN, Y.L.; LEE, Y.C. Sex differences in static lifting strengths at full range exertion heights in a young taiwanese sample. Perceptual and Motor Skills, n.114, n.3, p.983-994, 2012.
COURTRIGHT , S.H.; MCCORMICK, B.W.; POSTLETHWAITE, B. E.; REVES, C. J.; MOUNT, M. K. A. Meta-analiys of sex differences in physical ability: Revised estimates and strategies for reducing differences in selection contexts. J. Appl. Physiolog., n.98, n.4, p.623-641, 2013.
DRUYAN, A.; MAKRANZ, C.; MORAN, D.;, YANOVICH, R.; EPSTEINY, H. Y. Heat tolerance in women ? reconsidering the criteria. Aviat. Space Environ. Med., v.83, p.58-60, 2012.
ELERT, J.; STERNER, Y.; NYBERG, V.; GERDLE, B. Lack of gender differences in the ability to relax between repetitive maximum isokinetic shoulder forward flexions: a population-based study among northern Swedes. European Journal of Applied Physiology, n.83, v.4-5, p.246-256, 2000.
EVANS, R.K.; SCOVILLE, C.R.; ITO, M.A.; MELLO, R.P. Upper body fatiguing exercise and shooting performance. Mil Med., n.168, v.6, p.451-456, 2003.
FLECK, S.; KRAEMER, W.J. Mulheres e treinamento de força. In: _________. Fundamentos do treinamento de força muscular. São Paulo: Artmed, 2006.
FRAGALA, M.S.; KRAEMER, W.J.; DENEGAR, C.R.; MARESH, C.M.; MASTRO, A.M.; VOLEK, J.S. Neuroendocrine-immune interactions and responses to exercise. Sports Medicine, v.41, n.8, p. 621-639, 2011.
GUENETTE, J.A. et al. Sex differences in exercise-induced diaphragmatic fatigue in endurance-trained athletes. Journal of Applied Physiology, v.109, n.1, p.35-46, 2010.
HARMAN, E.A.; GUTEKUNST, .D.J.; FRYKMAN, P.N.; SHARP, M.A.; NINDL, B.C.; ALEMANY, J.A.; MELLO, R.P. Prediction of simulated battlefield physical performance from field-expedient tests. Mil. Med., v.173, n.1, p.36-41, 2008.
HARMS, C.A. Does gender affect pulmonary function and exercise capacity? Respir. Physiol. Neurobiol., v.151, n.2-3, p.124-131, 2006.
HEIR, T.; EIDE, G. Injury proneness in infantry conscripts undergoing a physical training programme: smokeless tobacco use, higher age, and low levels of physical fitness are risk factors. Scand. J. Med. Sci. Sports, v.7, n.5, p.304-311, 1997.
HOLLMANN, W.; HETTINGER, T. Medicina do esporte: fundamentos anatômicos-fisiológicos para a prática esportiva. São Paulo: Manole, 2005.
HÖLZL, T.; HOFMANN, P.; RAUSCH, W.; ZEILINGER, M. Gender differences and their impact on physical performance in soldiers of the Austrian armed forces. In: THE RTO HUMAN FACTORS AND MEDICINE PANEL (HFM). Symposium… Antalya-Turkey, 2008.
HUBLEY-KOZEY, C.L. Testing flexibility, in Physiological testing of the high-performance athlete. In: MACDOUGALL, J.C.; WENGER, H.A.; GREEN, H.J. (Ed.). Champaign: Human Kinetics, 1990. p. 309-359.
KACIUBA-USCILKO, H.; GRUCZA, R. Gender differences in thermoregulation. Curr. Opin. Clin. Nutr. Metab. Care, v.4, n.6, p.533-536, 2001.
KELL, R.T. The influence of periodized resistance training on strength changes in men and women. J. Strength Cond. Res., v.25, n.3, p.735-744, 2011.
LEHTO, M.R.; BUCK, JR. Introduction to human factors and ergonomics for engineers. New York: Taylor & Francis Group; 2008.
LEITÃO, M.B. et al. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde na mulher. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.6, p.215-220, 2000.
LEYK, D.; GORGES, W.; RIDDER, D.; WUNDERLICH, M.; RUTHER, T.; SIEVERT, A. et al. Hand-grip strength of young men, women and highly trained female athletes. European Journal of Applied Physiology, v.99, n.4, p.415-421, 2007.
LOE, H.; ROGNMO, Ø.; SALTIN, B.; WISLØFF, U. Aerobic capacity reference data in 3816 healthy men and women 20-90 years. PLoS ONE, v. 8, n.5, 2013.
MANO, C. Female strength training: specific characteristics of gender, effect of age and types of training. Medicina Dello Sport, v.66, n.1, p.1-27, 2013.
MATTILA, V.M.; KURONEN, P.; PIHLAJAMÄKI, H. Nature and risk factors of injury hospitalization in young adults: a follow-up of 135,987 military conscripts. Scand. J. Public Health, v.35, n.4, p.418-423, 2007.
MAUD, P.J.; SHULTZ, B.B. Gender comparisons in anaerobic power and anaerobic capacity tests. Brit. J. Sports Med., v.20, n.2, p.51-54, 1986.
MCARDLE, W.D.; KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Exercise physiology – energy, nutrition, and human performance. 3. ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1991.
PALMEIRA, C.C.A.; ASHMAWI, HÁ.; POSSO, I.P. Sexo e percepção da dor e analgesia. Rev. Bras. Anestesiol., v. 61, n.6, p.814-828, 2011.
PARDINI, D.P. Alterações hormonais da mulher atleta. Arq. Bras. Endocrinologia, v.45, n.4, p.343-351, 2001.
RAUH, M.J.; MACERA, C.A.; TRONE, D.W.; SHAFFER, R.A.; BRODINE, S.K. Epidemiology of stress fracture and lower-extremity overuse injury in female recruits. Medicine and Science in Sports and Exercise, v.38, n.9, p.1571-1577, 2006.
RÉ, A.H.N. et al. Relações entre crescimento, desempenho motor, maturação biológica e idade cronológica em jovens do sexo masculino. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., v.19, n.2, p.153-62, 2005.
ROSENDAL, L. et al. Incidence of injury and physical performance adaptations during military training. Clin. J. Sport. Med., v.13, p.3, p.157-163, 2003.
SMITH, D.; DEBLOIS, J.; WHARTON, M.; ROWLAND, T. Influence of sex on ventricular remodeling in collegiate athletes. J. Sports Med. Phys. Fitness, v.52, n.4, p. 424-431, 2012.
SORMUNEN, E.; RISSANEN, S.; OKSA, J.; PIENIMAKI, T.; REMES, J.; RINTAMAKI, H. Muscular activity and thermal responses in men and women during repetitive work in cold environments. Ergonomics, v.52, n.8, p. 964-976, 2009.
SUTTON, L. Muscle tissue, in body composition in sport, exercise and health. STEWART A.D.; SUTTON, L. (Ed.). Routledge: Oxon, 2012. p. 87-105.
VIKNE, H. et al. Intermuscular relationship of human muscle fiber type proportions: slow leg muscles predict slow neck muscles. Muscle & Nerve, v.45, n.4, p.527-535, 2012.
WEINECK, J. Biologia do esporte. 7. ed. São Paulo: Manole, 2005.
WENTZ , L.L.P.Y.; HAYMES, E.; ILICH, J.Z. Females have a greater incidence of stress fractures than males in both military and athletic populations: a systemic review. Military Medicine, v.176, n.4, p.420-430, 2011.
WÜST, R.C.; MORSE, C.I.; DE HAAN, A.; JONES, D.A.; DEGENS, H. Sex differences in contractile properties and fatigue resistance of human skeletal muscle. Exp. Physiol., v.93, n.7, p.:843-850, 2008.
YANOVICHE, R. et al. Differences in physical fitness of male and female recruits in gender-integrated army basic training. Med. Sci. Sports Exerc., v.40, n.11, p.S654-9, 2008.

Downloads

Publicado

2015-07-30

Como Citar

Fortes, M. de S. R. ., Marson, R. A. ., & Martinez, E. C. . (2015). COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO FÍSICO ENTRE HOMENS E MULHERES: REVISÃO DE LITERATURA. Revista Mineira De Educação Física, 23(2), 54–69. Recuperado de https://periodicos.ufv.br/revminef/article/view/9964