RETORNOS À ESCALA E MERCADO COMPETITIVO: TEORIA E EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS.
DOI:
https://doi.org/10.25070/rea.v2i3.37Abstract
Em nível elementar, mas rigoroso, desenvolve-se o conceito de retornos à
escala. Argumenta-se que retornos crescentes ou constantes não são compatíveis com a
existência de mercados competitivos, pois se convergiria para um número pequeno de
empresas, o que contradiz o mundo observado. A tese é que a curva de custo médio
tenha forma de U. À direita do mínimo, prevalecem retornos crescentes, no mínimo
retornos constantes, e à direita, retornos decrescentes. Em regime de competição, livre
de imperfeições de mercado, a firma converge para o ramo de retorno crescente. Quando,
no mundo real, se detecta retorno crescente ou constante, tem-se um sinal claro que
as firmas estão enfrentando restrições devidas a imperfeições de mercado, as quais as
impedem de mover para o ramo de retornos decrescentes da curva de custo médio. Por
isto, os resultados de modelos econométricos que detectam retornos crescentes ou
constantes devem levar o estudioso a indagar quais imperfeições de mercado fundamentam
esses retornos. Além disso, o conhecimento das imperfeições de mercado é básico
à formulação de políticas econômicas que visem ao desenvolvimento econômico, num
contexto de oportunidades iguais para todo. Os dados disponíveis cobriram seis culturas
e mostraram um padrão de muitos produzindo muito pouco, e de poucos produzindo
muito, padrão mais visível nas culturas modernas, como a soja. Os resultados revistos
de um modelo econométrico indicaram que o grupo mal sucedido, de dois grupos de
pequenos produtores, tem retornos crescentes à escala e não pode expandir a produção,
dadas as restrições.
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