Teletrabalho: o equívoco da sedução, a realidade por trás do véu

Autores

  • Ronaldo Busnello Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  • Eliane Arruda Palma Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

DOI:

https://doi.org/10.32361/201810011447

Palavras-chave:

Globalização. TIC’s. Teletrabalho. Teletrabalhadores. Precarização.

Resumo

A globalização modificou o cenário mundial e a revolução causada pelas tecnologias da informação e da comunicação (TIC’s) ensejaram o advento da sociedade informacional. Tais modificações alteraram a vida em sociedade e o mundo do trabalho, que sofre transformações e origina novas modalidades de labor, como o teletrabalho. O objetivo da pesquisa é compreender como esse “mundo novo” e a jovem forma de trabalho vêm contribuindo para a precarização das tênues garantias conquistadas pelos trabalhadores e, através de um falso véu de benesses, é capaz de seduzir um significativo número de obreiros. Utiliza-se o método dedutivo, por meio de pesquisa qualitativa, descritiva de cunho teórico de revisão bibliográfica. Como resultado, pôde-se perceber o caráter de dualidade que envolve os teletrabalhadores no exercício dessa variante laboral. Variante essa voltada para as exigências do capital, capaz de submeter a toda classe de trabalhadores a sua sede pela mais valia, tratando-os apenas como reles mercadoria.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ronaldo Busnello, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Professor-adjunto do Departamento de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professor do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Direito da UFSM (PPGD/UFSM). Avaliador ad doc para os cursos de Direito do Sistema Nacional de Avaliação de Educação Superior (SINAES), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), do Ministério da Educação (MEC) e do Banco de Avaliadores do Mercosul e Países Associados. Mestre e doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC). Líder e pesquisador do Grupo de Pesquisas Trabalho Assalariado e Capital (GPTAC/UFSM).

Eliane Arruda Palma, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Bacharel em Direito pelo Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER). Mestranda no Programa de Pós Graduação da Universidade Federal de Santa Maria (PPGD/UFSM). Área de concentração: Direitos emergentes da sociedade global. Linha de pesquisa: Direitos da sociobiodiversidade e sustentabilidade. Integrante do grupo de pesquisa Trabalho Assalariado e Capital. Bolsista CAPES.

Referências

ANTUNES, R. Admirável mundo novo. [Entrevista disponibilizada em 12 de outubro de 2009, a Internet]. Disponível em: <https://aprendendoapensarcomasociologia.wordpress.com/page/22/>. Entrevista concedida a Christian Cruz. Acesso em: 20 de Jun. 2017.

ANTUNES, R. A nova morfologia do trabalho, suas principais metamorfoses e significados: um balanço preliminar. BRASIL, I.; GUIMARÃES, C.; MOROSINI, M. V. (Org). Trabalho, educação e saúde: 25 anos de formação politécnica no SUS. Rio de Janeiro: EPSJV, 2010, p. 11-28.

BARBOSA, F. B. S. A regulamentação jurídica do teletrabalho. Revista Horizonte Científico. Uberlândia, v. 4, n. 1, p. 1-22, Ago/2010.

BERNARDI, É. A. O direito à hora extra do teletrabalhador. 2014. 62 f. Trabalho de conclusão (Graduação em Direito). Faculdade Santa Lúcia. Mogi Mirim, 2014.

BRAGA, R. A vingança de Braverman: o infotaylorismo como contratempo. ANTUNES, R.; BRAGA, R. (Org.). Infoproletários: degradação real do trabalho virtual. São Paulo: Boitempo, 2009, p. 59 – 88.

BUSNELLO, R. Processo de produção e regulação social. Ijuí: Editora Unijuí, 2005.

COSTA, I. de S. A. da. Teletrabalho: subjugação e construção de subjetividades. Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro, v. 41, n. 1, p. 106-123, Jan/Fev/ 2007.

DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. São Paulo: eBooks Brasil, 2003.

DINARTE, P. V. É tudo trabalho? Estudo comparado do tratamento jurídico do teletrabalho na organização internacional do trabalho, na União Europeia e na América Latina. 2013. 70 f. Monografia (Monografia de graduação em Direito) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2013.

FINCATO, D. Teletrabalho: uma análise juslaboral. Justiça do Trabalho, Porto Alegre, v. 26, ago. 2003. Disponível em:<http://www.amdjus.com.br/doutrina/trabalhista/386.htm>. Acesso em: 18 Jun. 2017.

GOULART, L. M.; LINCK, R. B. Abuso tele laboral na sociedade da informação: escravidão digital. In: XII Salão de Iniciação Científica PUC/RS, 2011, Porto Alegre/RS. Anais,... Porto Alegre/RS: Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre, 2011, p. 1-3. Disponível em: <http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/SIC/XII/XII/7/6/2/2/1.pdf>. Acesso em: 18 Jun. 2017.

GRASSELLI, O. O direito derivado da tecnologia: circunstâncias coletivas e individuais no Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2010.

HARVEY, D. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1993.

HIRSCH, J. Teoria materialista do estado. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2010.

IVOSKUS, D. Vivir conectados: sociedad, política y comunicación en la era digital. Buenos Aires: Grupo Digital Norma, 2008.

KUMAR, K. Da sociedade pós-industrial à pós-moderna: Novas teorias sobre o mundo contemporâneo. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge ZAHAR Editor, 2006.

MALCON, A. A sociedade da informação e as mudanças nos mercados de trabalho e de consumo. In: Instituto de Estudos Empresarias. Liberdade na era digital. Porto Alegre: IEE, 2011, p. 34-51.

MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. São Paulo: Pinguin Classics/Companhia das Letras, 2012.

MELLO, Á. Teletrabalho (Telework): O trabalho em qualquer lugar e a qualquer hora. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.

NETMEETING. Disponível em: <http://penta.ufrgs.br/cenario/netmeeting.html>. Acesso em 16 Jul 2018.

RODRIGUES, A. C. B. Teletrabalho: a tecnologia transformando as relações de trabalho. 2011. 142 p. Dissertação (Mestrado em Direito do Trabalho e da Seguridade Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

SENNET, R. A corrosão do caráter: as consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2009.

SHAREWARE. Disponível em: <https://conceito.de/shareware>. Acesso em 16 Jul 2018.

SOUZA, M. A. O modo de produção flexível e o novo perfil do trabalhador no século XXI, 2013, s/p. Disponível em: <https://filosofonet.wordpress.com/2013/09/05/o-modo-de-producao-flexivel-e-o-novo-perfil-do-trabalhador-no-seculo-xxi/>. Acesso em: 18 Jun 2017.

TREMBLAY, D. G. Organização e satisfação no contexto do teletrabalho. Revista Administração de Empresas. São Paulo, v. 42, n. 3, Jul/Set/2002, p.54-65.

WOLFF, S. O “trabalho informacional” e a reificação da informação sob os novos paradigmas organizacionais. ANTUNES, R.; BRAGA, R. (Org.). Infoproletários: degradação real do trabalho virtual. São Paulo: Boitempo, 2009, p. 89-112.

Downloads

Publicado

17-08-2018

Como Citar

BUSNELLO, R.; PALMA, E. A. Teletrabalho: o equívoco da sedução, a realidade por trás do véu. Revista de Direito, [S. l.], v. 10, n. 01, p. 159, 2018. DOI: 10.32361/201810011447. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/revistadir/article/view/1447. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos de fluxo contínuo