PRÁTICA PEDAGÓGICA DIFERENCIADA NA ESCOLA PÚBLICA: TEMATIZANDO AS PIPAS NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Autores

  • Daniel Bocchini Mestre em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu (USJT) e docente da rede municipal de ensino de São Paulo.
  • Daniel Teixeira Maldonado Doutorando do Programa Stricto-Sensu em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu (USJT) e docente da rede municipal de ensino de São Paulo

Palavras-chave:

educação física escolar, cultura corporal, pipa

Resumo

Este estudo teve o objetivo de relatar uma experiência desenvolvida no primeiro semestre do ano de 2013, durante aproximadamente os três primeiros meses, sobre a tematização da pipa nas aulas de Educação Física, em uma escola pública do município de São Paulo, localizada na zona norte, no bairro Freguesia do Ó, com os alunos do 7º ano. A escolha desse tema perpassa por dois motivos: o primeiro, ao fato de a sua frequência ser maior no período de férias escolares - como a proposta se deu bem no início do ano letivo, ainda era possível presenciar alguns praticantes; e o segundo motivo se deve à reunião de que todos os professores da unidade escolar participaram, em que foi definido que o tema do Projeto Especial de Ação da escola seriam as manifestações da cultura. Realizamos um mapeamento inicial, a fim de diagnosticar qual conhecimento os alunos tinham sobre essa temática. Assim, verificamos que possuíam a representação de que essa manifestação da cultura corporal era atividade somente para indivíduos do sexo masculino e que estes tinham a fama de ser desocupados, maloqueiros e irresponsáveis. A partir dessas informações, traçamos diversas práticas pedagógicas, que buscaram refletir, questionar, experimentar e compreender tal prática da linguagem corporal. Entre as várias ações, propusemos o conhecimento da história, discussão sobre o preconceito, as gírias dos pipeiros, campeonatos de pipas, riscos em relação ao uso do cerol, produção de pipas e experimentação de empinar. Após a conclusão deste projeto, conseguimos trazer novos significados à imagem dos praticantes da pipa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BOCCHINI, D. Identidade e alteridade na prática pedagógica na educação física escolar. Dissertação (Mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2012.
BRACHT, V. A constituição das teorias pedagógicas da educação física. Cadernos Cedes, v. 19, n. 48, agosto 1999.
COSTA, M.V.; SILVEIRA, R.H.; SOMMER, L.H. Estudos culturais, educação e pedagogia. Revista Brasileira de Educação, n. 23, maio/jun./jul./ago. 2003.
CRUZ, M.M. S.; PALMEIRA, F.C.C. Construção de identidade de gênero na Educação Física Escolar. Motriz, Rio Claro, v.15, n.1 p.116-131, jan./mar. 2009.
DELMANTO, D.; FAUSTINONI, L. E. Os relatos de prática e sua importância no processo de produção e socialização do conhecimento. In: GOIÁS. Secretaria de Estado da Educação. Reorientação curricular do 6º ao 9º ano: currículo em debate – Relatos de Práticas Pedagógicas. Goiânia: SEE/GO, 2009.
DEVIDE et al. Estudos de gênero na Educação Física Brasileira. Motriz, Rio Claro, v.17, n.1, p.93-103, jan./mar. 2011.
GONÇALVES, M.A.S. Teoria da ação comunicativa de Habermas: possibilidades de uma ação educativa de cunho interdisciplinar na escola. Educação & Sociedade, v. 20, n. 66, abril 1999.
HALL, S. Da diáspora. Identidades e mediações culturais. Trad. de Adelaine La Guardia Resende, Ana Carolina Escosteguy, Claudia Álvares, Francisco Rüdger e Sayonara Amaral. Belo Horizonte: UFMG/ Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003.

MOREIRA, A. F.; CANDAU, V. M. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 23, p. 156-68, maio/jun./jul./ago. 2003.
NEIRA, M.; NUNES, M.L.F. (Org.). Praticando estudos culturais na educação física. São Caetano do Sul: Yendis, 2009.
____________________. Contribuições dos estudos culturais para o currículo da educação física. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 3, p. 671-685, jul./set. 2011.
OLIVEIRA, R.C. O futebol nas aulas de Educação Física: entre “dribles”, preconceitos e desigualdades. Motriz, Rio Claro, v. 12, n. 3, p.301-306, set./dez. 2006.
OLIVEIRA, R.C.; DAOLIO, J. Educação Física, cultura e escola: da diferença como desigualdade à alteridade como possibilidade. Movimento, Porto Alegre, v. 16, n. 01, p. 149-167, jan./mar. 2010.
PRADO, V.M.; RIBEIRO, A.I.M. Gêneros, sexualidades e Educação Física escolar: um início de conversa. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 2, p. 402-413, abr./jun. 2010.
RANGEL, I.C.A. Racismo, preconceito e exclusão: um olhar a partir da Educação Física escolar. Motriz, Rio Claro, v. 12, n. 1, p. 73-76, jan./abr. 2006.
SANTOS, V.C. Indícios de sentidos e significados de feminilidade e de masculinidade em aulas de Educação Física. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 4, p. 841-852, out./dez. 2010.
SÃO PAULO. SECRETARIA MUNICIPAL DE ENSINO. Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental: ciclo II: Educação Física. São Paulo: SME/DOT, 2007.
TEIXEIRA, F. A. Educação física escolar: reflexões sobre as aulas de exclusão. Motrivivência, v. 21, n. 32/33, jun./dez. 2009.

Downloads

Publicado

2014-03-30

Como Citar

Bocchini, D. ., & Maldonado, D. T. . (2014). PRÁTICA PEDAGÓGICA DIFERENCIADA NA ESCOLA PÚBLICA: TEMATIZANDO AS PIPAS NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Revista Mineira De Educação Física, 22(1), 141–154. Recuperado de https://periodicos.ufv.br/revminef/article/view/10103