O tesouro perdido das revoluções entre permanências e rupturas
Resumo
Em On Revolution (2006), Hannah Arendt aponta dois aspectos referentes ao fenômeno da revolução: aquilo que se perdeu e o que foi gerado com ele. Esse fenômeno está ligado à capacidade humana de agir e, assim, a revolução se trata de ação e criação. No âmbito político, isso remete à reelaboração da estrutura do corpo político da sociedade. Nesse sentido, o recurso às entidades como os conselhos são entendidos enquanto um modelo aberto às rotações e transformações do tempo, que concomitantemente almejam lidar com elas de maneira durável, para conferir estabilidade do corpo político. Essas organizações de base tiveram papel essencial no seio das revoluções modernas e são o seu tesouro. Porém, o espírito revolucionário que leva à ação de criar algo novo se perdeu no transcorrer do fenômeno. Portanto, refletiremos sobre o tesouro perdido das revoluções e sua relação com a criação e durabilidade de novos corpos políticos.