O DEUS DA GRAÇA E O DEUS DESGRAÇA: CONCEPÇÕES DO DIVINO NA POÉTICA DE ÁLVARES DE AZEVEDO
Resumo
A partir dos modos de caracterização do divino, este trabalho propõe a análise da obra Lira dos vinte anos (1852), de Álvares de Azevedo, objetivando compreender melhor o modo de constituição de uma subjetividade lírica no romantismo brasileiro. Para tanto, é preciso lembrar que o Romantismo enquanto movimento cultural - especialmente literário - coincide com a construção de uma noção moderna de sujeito, ou seja, uma noção que está centrada em uma individualidade composta por valores, sentimentos e idéias próprios. Neste particular, merecem destaque as idéias de Friedrich Schiller, que no livro Poesia ingênua e sentimental faz uma distinção entre a poesia tradicional (pré-romântica, ingênua, de confissão e de revelação do mundo), e a moderna romântica, sentimental e ao passo que fosse reveladora e confessional, seria antes de tudo uma poesia de reflexão sobre o ato de construir poeticamente a confissão e a revelação). Esta binomia é o que constitui o nervo central da obra Lira dos vinte anos, na qual o sujeito-lírico de Álvares de Azevedo cria tanto textos de confissão, que tendem a tratar o divino como aquele que concede graças ao homem, quanto textos reflexivos, que tendem a tratar o divino como sendo a desgraça causadora de malefícios ao homem. O método crítico desta análise tem ao fundo pressupostos formalistas e estruturalistas, sobretudo postulações de Antonio Candido, Lucien Goldmann, e Mikhail Bakhtin.Downloads
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Publicado
2018-12-12
Como Citar
Belúzio, R. F. (2018). O DEUS DA GRAÇA E O DEUS DESGRAÇA: CONCEPÇÕES DO DIVINO NA POÉTICA DE ÁLVARES DE AZEVEDO. Revista De Ciências Humanas, 1(5). Recuperado de https://periodicos.ufv.br/RCH/article/view/3591
Edição
Seção
Artigos