Configurações Subjetivas dos Servidores da Receita Federal Diante da Ideologia Gerencialista
DOI:
https://doi.org/10.21118/apgs.v12i3.6005Resumo
O objetivo deste trabalho foi compreender as configurações subjetivas compartilhadas pelo servidor da Receita Federal do Brasil (RFB) decorrentes de sua atuação em um espaço de trabalho marcado pela hegemonia da ideologia gerencialista. A epistemologia utilizada no estudo apoiou-se na teoria da subjetividade de Rey (2003, 2005a). O método escolhido foi o estudo de caso na 6ª Região Fiscal da RFB, na cidade de Belo Horizonte, entre os anos de 2016 e 2017. As informações foram produzidas a partir de conversações com três analistas tributários e três auditores fiscais, observando a metodologia qualitativa de Rey. Foram definidas cinco configurações subjetivas principais: competitividade por atribuições, bônus produtividade, filiação sindical, mudança tecnológica e insatisfação. Concluiu-se que o gerencialismo perpassa as configurações subjetivas dos servidores. Por conseguinte, é necessário dar voz às singularidades para construir alternativas capazes de romper com os conflitos, rivalidades e sofrimentos presentes na subjetividade social.
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