Sobre ser grande e não ser vista
a mulher que há em preciosa
DOI:
https://doi.org/10.22294/eduper/ppge/ufv.v10i.8022Palavras-chave:
Gênero, Feminismo, GordofobiaResumo
Este texto é parte de um investimento teórico e de pesquisa que nos movimenta em direção à problematização das relações entre os artefatos culturais, discursos e modos de subjetivação. Trata-se de uma reflexão acerca da poética das imagens do filme “Preciosa”, que retrata uma mulher obesa de um bairro pobre de Nova Iorque. Adotamos como procedimentos metodológicos a análise fílmica em conjunto com as proposições de Michel Foucault acerca da problematização, ou seja, colocar sob suspeita as formas que nos levam a pensar e entender o mundo como entendemos. Assim, escolhemos discutir e problematizar a questão do feminino em relação à obesidade, que, em conjunto com o feminismo e artefatos culturais, são nossos argumentos centrais neste texto. Construímos nossas discussões considerando o aporte teórico de Michel Foucault, Guacira Lopes Louro, Alfredo Veiga-Neto, Rosa Maria B. Fischer, entre outros e outras autoras. Na escola, Preciosa é grande demais para sua mesa; no restaurante, deduzem que sua porção será sempre a maior; em casa, é humilhada, violentada e desrespeitada, tudo parece sugerir um caos pessoal absoluto e indissolúvel. As condições humanas e suas armadilhas nos convidam a voltar nosso olhar para os padrões estéticos considerados aceitáveis e que tornam a vida e a existência de Claireece um lugar de solidão.
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