CENÁRIOS CLIMÁTICOS E O REQUERIMENTO DE ÁGUA DO FEIJÃO NO RIO GRANDE DO SUL

Resumo

O presente trabalho teve por objetivo determinar o requerimento de água para irrigação (RAI) do feijão no Rio Grande do Sul (RS), baseado na climatologia atual e em cenários climáticos futuros. As projeções futuras para os anos de 2030 e 2060 foram realizadas para os seguintes cenários: C1- considerando aumento mensal da temperatura do ar de 1°C (2030) e 2°C (2060), e C2 - considerando aumento mensal da temperatura do ar de 1°C e 2°C e na precipitação de 10 mm e 20 mm, respectivamente, para 2030 e 2060. Para o cálculo do RAI durante o ciclo (diferença entre evapotranspiração máxima da cultura (ETc) e precipitação efetiva (Pef)) e o total de irrigação líquida foi utilizado o software Cropwat 8.0. Foram consideradas três datas de semeadura para a 1º safra (20/setembro, 20/outubro e 20/novembro) e uma data para a 2º safra (10/janeiro) do feijão. Nas atuais condições climáticas, o RAI (ETc-Pef) aumenta gradativamente do nordeste ao centrosul do RS, sendo as menores lâminas para semeaduras feitas no início de janeiro e as maiores para semeaduras no final de outubro e/ou novembro. Para a irrigação líquida, quanto mais tardia a semeadura da 1º safra, maior o requerimento de água. A cada 1°C de aumento da temperatura do ar (C1), o RAI (ETc-Pef) tende a aumentar de 4 a 10 mm para semeaduras da safra. O aumento simultâneo da temperatura do ar e da precipitação (C2) resulta em menor RAI (ETc-Pef), apesar das diferenças em relação ao observado no clima atual serem pequenas.