Editorial Rev Bras Futebol 2022; v. 15, n. 5
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Editorial, FutebolResumen
Chegamos ao final de mais um ano, o décimo quinto da Revista Brasileira de Futebol (RBF), com um aumento significativo na densidade de números e artigos. Foram dois números regulares, dois anais de Congressos e um número especial sobre talento esportivo derivado de uma tese de doutorado realizada em Portugal. Temos recebido também com muita regularidade artigos que já asseguram o próximo número de 2023. Isso faz com que nossa RBF um das principais fontes de informação da parte acadêmica e científica do futebol. Pretendemos ter um número especial dedicado ao futebol feminino, e para isso estamos recebendo artigo nessa temática.
Esse último número apresenta um total de oito artigos, sendo vários deles com uma participação binacional (Brasil – Portugal) com temas variados e que permitem um amplo aspecto das ciências aplicadas ao futebol, o que pode estimular o nosso leitor a ter uma visão diferenciada.
O primeiro artigo, derivado de uma dissertação de mestrado, que apresenta várias possibilidades do emprego da termografia no futebol. Uma tecnologia ova e que tem sido utilizada nos principais clubes. O artigo trás de forma sucinta as diversas possibilidades de seu uso de forma bem didática para que o leitor possa entender sobre a importância de seu emprego em uma comissão técnica.
O segundo artigo apresenta o perfil térmico de membros inferiores medido por termografia em jogadores de futsal. Esse tipo de artigo aporta informações que facilitam uma análise da normalidade térmica que se pode esperar desta modalidade, tendo em vista que a carga física específica de cada modalidade proporciona estímulos únicos que variam de modalidade para modalidade e assim impactando no comportamento térmico esperado. Isso facilita identificar se uma determinada área está hiper ou hipo radiada, estando assim fora de um padrão normal, sugestivo de uma lesão.
Já o terceiro artigo trás como ponto de estudo um enfoque tático ao comparar os indicadores de desempenho ofensivo em vitórias e derrotas em equipes do Campeonato Brasileiro de 2021. Os autores encontraram um padrão que pode auxiliar os treinadores a tomarem decisões sobre a forma de planejar sua equipe na séria A. Esse artigo teve a participação de analista de desempenho de dois grandes clubes do futebol Brasileiro, com participação de uma universidade de Portugal.
O estudo sobre o perfil do efeito da idade relativa nas seleções de base e profissional durante 103 anos de competições oficiais e observar a associação desse fenômeno com a classificação final das equipes, foi o tema de estudo do quarto artigo. Um trabalho que envolveu pesquisadores na área do futebol da universidade do Porto, Coimbra de Portugal e Federal de Juiz de Fora. Os achados são impactantes dentro desse levantamento histórico feito com um elevado nível de detalhamento e tratamento estatístico que auxilia entender esse importante aspecto do futebol atual “idade relativa”.
O quinto também foi elaborado com uma ação binacional (Brasil – Portugal), em que se buscou analisar e comparar a composição corporal e as variáveis motoras de uma equipe sub-15 (14,19±0,69 anos), no início da pré-temporada e no início do período competitivo. É um artigo interessante que apresenta o impacto de um período de treinamento em variáveis físicas dos jovens atletas e o quanto se pode esperar de alterações ao longo de três meses de treinamento. Algumas variáveis apresentaram alterações enquanto outras não.
Não é comum haver alterações nas regras do futebol, isso ocorre de forma bem rar, porém quando ocorre pode gerar alterações no comportamento tático e técnico do jogo. O sexto artigo apresenta uma análise interessante sobre a mudança da regra 16 em 2019, segundo a qual os jogadores passaram a poder receber a bola dentro da grande área. Após uma análise detalhada de 76 jogos, sendo 38 do Campeonato Brasileiro da Série A do ano de 2018 e 38 jogos do ano de 2019, os autores encontraram resultados muito interessantes.
O futebol amador e recreativo tem sido proposto como uma forma alternativa de manutenção do estado de saúde, combate ao sedentarismo e gerando bons níveis de aptidão física. O sétimo artigo buscou comparar o nível de aptidão física de praticantes de Crossfit® e de jogadores de futebol amador. Os resultados obtidos nesse estudo exploratório são importantes para quem pensa em trabalhar com o futebol como uma ferramenta em busca do fitness físico.
Estudos com profissionais que atuam na comissão técnica são extremamente raros. O analista de desempenho é um novo membro de uma comissão técnica moderna e que tem sido fundamental. Conhecer sobre sua visão é interessante para compreender esse mercado de trabalho tão promissor. O último artigo, o oitavo, teve como objetivo investigar a opinião do analista de desempenho de futebol sobre a sua área de atuação e o que é necessário para ser um profissional talentoso, considerando o contexto atual e o futuro desse esporte. É um artigo extraordinário para quem pretende entrar nessa função de uma comissão técnica do futebol.
Nossa RBF segue evoluindo, e esperamos trazer algumas novidades em 2023, visando ampliar e democratizar o conhecimento da ciência no futebol. Desejamos um feliz 2023 para todos!
João Carlos Bouzas Marins
Editor chefe da Revista Brasileira de Futebol
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