Vidas Secas e as relações de trabalho rural degradante no Brasil contemporâneo: transdisciplinaridade entre direito e literatura

Autores

  • Ciro Antonio das Mercês Carvalho Universidade Estadual de Santa Cruz
  • Lílian de Brito Santos Universidade Estadual de Santa Cruz

DOI:

https://doi.org/10.32361/20191116345

Palavras-chave:

Direito do Trabalho. Trabalhador rural. Graciliano Ramos.

Resumo

O trabalho explora a realidade ficcional do trabalhador sertanejo, em Vidas secas, de Graciliano Ramos, em diálogo com a realidade laboral contemporânea no meio rural, a partir de fontes doutrinárias do ramo do direito do trabalho. Quanto aos procedimentos aplicados, trata-se de uma pesquisa teórica e interdisciplinar com caráter majoritariamente qualitativo. O trabalho é prioritariamente bibliográfico. Por meio de uma concatenação dos dados obtidos nas áreas de conhecimento/cultura, imergiu-se teórica, crítica e analiticamente no Direito e na Literatura. Buscou-se despertar a reflexão quanto aos fatos representados na obra literária e suas semelhanças com a realidade contemporânea, principalmente em relação ao trabalho escravo e as negociações entre patrão e empregado.

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Biografia do Autor

Ciro Antonio das Mercês Carvalho, Universidade Estadual de Santa Cruz

Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz.

Lílian de Brito Santos, Universidade Estadual de Santa Cruz

Mestra no English Teaching With Emphasis on TESOL pela New Mexico State University. Professora Assistente no Departamento de Ciências Jurídicas (DCJUR) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Graduada em Direito e em Letras na Universidade Estadual de Santa Cruz. Membro do Comitê Científico de Projetos de Extensão do DCJUR e pesquisadora do SER-Mulher serviço de referência dos direitos da mulher.

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Publicado

30-08-2019

Como Citar

CARVALHO, C. A. das M.; SANTOS, L. de B. Vidas Secas e as relações de trabalho rural degradante no Brasil contemporâneo: transdisciplinaridade entre direito e literatura. Revista de Direito, [S. l.], v. 11, n. 01, p. 145–185, 2019. DOI: 10.32361/20191116345. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/revistadir/article/view/6345. Acesso em: 25 abr. 2024.

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