O homem atomizado e a degeneração da democracia
Abstract
A fragilidade da democracia e a sua aparente degeneração tem motivado reflexões sobre este tema. O avanço de governos autoritários, o descrédito à política, o desinteresse do homem em relação a ela e a falta de espaços públicos justificam esta cogitação. Objetivou-se demonstrar que a degeneração da democracia tem como um dos seus elementos constituintes o alheamento político do homem, desinteressado pela liberdade e felicidade públicas. Identificou-se o ser atomizado como o componente das sociedades massificadas dos séculos passado e presente, acolhidas pelos movimentos totalitários no projeto de domínio total. Utilizou-se como revisão bibliográfica os escritos de Hannah Arendt sobre o totalitarismo, o significado da política e do respeito à condição humana. Adotou-se como hipótese que o alheamento político, conjugado à força da ideologia e do terror, permitiu formas de governo que contrariaram a democracia moderna. Concluiu-se que movimentos totalitários podem ser evitados pelo prestígio ao espaço político.