Doutora negra maranhense
Um labirinto de conhecimento afrocentrado?
Abstract
Este artigo analisa modos de subjetivação (no sentido de tornar-se agente), a partir da noção de agenciamento de Molefi Asante (2009). É uma forma singular de problematizar e refletir sobre nossas próprias experiências como exercício político, pedagógico e epistemológico – como modo de conhecer a si mesmo. Reivindica produção de atividades intelectuais de denúncia às opressões e interessadas no desenvolvimento da capacidade de agir e criar condições de liberdade humana. Intersecciona estudos de gênero e raça, visando compreender as condições de existência das mulheres negras na sociedade brasileira e suas maneiras de apropriação dos espaços de prestígio social. Analisa as experiências acadêmicas de uma doutora nordestina, oriunda da zona rural da capital ludovicense, destacando um labirinto de possibilidades de produção de conhecimentos afrocentrados, enredando, pelo menos, duas trilhas: da formação e da intervenção/aprendizagem. O resultado, desse estudo, apresenta um labirinto que simboliza desafios, lutas, encontros e desencontros em travessias que organizam formas de intervenção socioeducacional como práticas de transgressão, resiliência, resistência e desobediência epistêmica.