Festividades cívico-patrióticas na formação da juventude brasileira nas cidades fronteiriças de Porto União (SC) e União da Vitória (PR) em 1941
DOI:
https://doi.org/10.22294/eduper/ppge/ufv.v10i.7111Palavras-chave:
Desfiles, Festividades cívico-patrióticas, Juventude, Infância, Estado NovoResumo
Neste artigo analisamos o papel de festividades e desfiles cívicos na formação da juventude nas cidades fronteiriças de União da Vitória (PR) e Porto União (SC), a partir do Decreto-Lei nº 2072, de 8 de março de 1940, que institui e fixa bases para a educação cívica, moral e física para crianças e jovens matriculados em estabelecimentos de ensino. Para isso, utilizamos fotografias localizadas no Arquivo Público de Florianópolis e notícias publicadas pelo periódico “O Comércio”, de Porto União (SC), revelando o entusiasmo com a formação da juventude e infância por ocasião da comemoração alusiva à Independência do Brasil e à Juventude Brasileira. A pesquisa é de cunho sócio-histórico e está vinculada ao Núcleo de Catalogação e Pesquisas em História da Educação (Nucathe), curso de Pedagogia da Unespar - União da Vitória (PR). Como base teórica, citamos Bencostta (2006; 2011); Hobsbawm (1990; 1998) e Horta (2012). Durante o Estado Novo, portanto, o culto aos símbolos pátrios durante sessões públicas tornou-se obrigatório para crianças e jovens estudantes de 7 a 18 anos, conformando uma cultura dentro de perspectivas ideológicas específicas do período ditatorial.
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