Entre a minha casa e a casa da patroa: itinerários, consumos e hist´órias de trabalhadoras domésticas
de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense - RJ
DOI:
https://doi.org/10.31423/oikos.v32i2.12307Palavras-chave:
Trabalhadoras domésticas, Histórias, CasaResumo
Neste trabalho apresento uma reflexão acerca da vivência de trabalhadoras domésticas da Baixada Fluminense, por meio da chave analítica que contempla a relação entre o espaço da casa (tanto aquele em que se vive, como o espaço onde se trabalha), demarcar os itinerários percorridos por meio de suas atividades funcionais e trajetórias de vida. O estudo foi desenvolvido a partir de uma etnografia, onde foram empregadas a observação participante e entrevistas. O universo de pesquisa foi composto por sessenta trabalhadoras domésticas, em sua maioria negras, com idades entre 30 e 70 anos. Nesse espaço da casa, por meio da adequação da área física, da construção (em alguns casos, irregular), da decoração, entre outros fatores, foi possível identificar o esforço que cada uma dessas trabalhadoras dispõe para reconhecer em si uma capacidade mínima de consumo e, por isso, a necessidade de trabalhar arduamente, sem cessar ou esmorecer.
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