Desafios, limites e possibilidades para o desenvolvimento de práticas pedagógicas articuladas aos princípios da Educação do Campo em uma escola do município de Carangola - MG
DOI:
https://doi.org/10.47328/rpv.v13i1.17356Palavras-chave:
Metodologia das Produções Narrativas, Escolas do Campo, Educação do CampoResumo
O presente artigo objetivou, a partir do uso da Metodologia das Produções Narrativas, evidenciar limites, desafios e possibilidades para o desenvolvimento de práticas pedagógicas articuladas aos princípios da Educação do Campo em uma escola do campo do município de Carangola – MG. Em termos metodológicos, foram realizadas duas entrevistas narrativas com quatro educadoras do campo. Em relação aos desafios e limites, as educadoras ressaltaram a ausência de uma política educacional no município de Carangola – MG e/ou orientação da gestão escolar para o desenvolvimento de práticas pedagógicas articuladas aos princípios pedagógicos da Educação do Campo; a ausência de recursos e materiais didático-pedagógicos que estejam vinculados ao contexto camponês na escola em que atuam; e a ausência de discussões aprofundadas relacionadas aos princípios pedagógicos da Educação do Campo durante a formação inicial de professores. Estes desafios fazem com que a articulação da prática pedagógica aos contextos vivenciados pelos sujeitos que vivem no campo seja limitada a discussões pontuais desenvolvidas em algumas disciplinas escolares; em brincadeiras relacionadas ao campo; atividades em algumas festividades, e não como algo que perpassa a prática pedagógica de maneira contínua e sistemática. Como possibilidades para a superação desses desafios, as educadoras indicaram a necessidade de se constituir um currículo que considere as especificidades dos sujeitos que vivem do/no campo somando-se ao investimento em políticas que viabilizem a formação das educadoras que atuam no campo para que tenham maiores possibilidades de articular suas práticas pedagógicas às realidades camponesas.
Downloads
Referências
ALENCAR, M. F. S. Educação do campo e a formação de professores: construção de uma política educacional para o campo brasileiro. Ciência & Trópico, [S. l.], v. 34, n. 2, p. 207-226, 2010.
ARROYO, M. G. Políticas de formação de educadores(as) do campo. Cadernos CEDES, Campinas, v. 27, n. 72, p. 157-176, mai/ago., 2007.
BALASCH, M.; MONTENEGRO, M. Una propuesta metodológica desde la epistemología de los conocimientos situados: Las producciones narrativas. Encuentros en Psicología Social, Torremolinos – España, v. 1, n. 3, p. 44-48, 2003.
CALDART, R. S. Sobre Educação do Campo. In: SANTOS, C. A. (Org.). Educação do Campo: campo – políticas públicas – educação. Brasília, DF: Incra, MDA, 2008, p. 67-86.
CALDART, R. S. Educação do Campo: notas para uma análise de percurso. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 7 n. 1, p. 35-64, mar./jun. 2009.
CALDART, R. S. Sobre a especificidade da Educação do Campo e os desafios do momento atual. Porto Alegre, 2015 (mimeo).
COPATTI, C. Educação estética na escola indígena kaingang: propostas para o ensino de geografia. 2014. 195f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2014.
FERNANDES, B. M.; MOLINA, M. C. O Campo da Educação do Campo. In: MOLINA, M. C. JESUS, S. M. S. A. de. (Org.). Por uma Educação do Campo: Contribuições para a construção de um projeto de educação do campo. Brasília, DF: Articulação Nacional “Por Uma Educação do Campo”, 2004, p. 53- 89.
GOIKOETXEA, I. G. Tensiones y distensiones en torno a las relaciones de poder en investigaciones feministas con Producciones Narrativas. Quaderns de Psicologia, v. 16, n. 1, p. 127-140, 2014.
HARAWAY, D. Ciencia, Cyborgs y Mujeres: la reinvención de la naturaleza. Madrid, Cátedra,
MOLINA, M. C.; ANTUNES-ROCHA, M. I. Educação do Campo: história, práticas e desafios no âmbito das políticas de formação de educadores – reflexões sobre o PRONERA e o PROCAMPO. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 22, n. 2, p. 220-253, jul./dez., 2014.
MOLINA, M. C.; FREITAS, H. C. Avanços e desafios na construção da educação do campo. Em Aberto, Brasília, v. 24, n. 85, p. 17-31, abr., 2011.
MONCLUS, P. G. Terapia Ocupacional: Una disciplina para la autonomía. Prácticas y discursos de Gubernamentalidad y subjetivación en torno a una ciencia emergente. 2011. 560p. Tese (Tesi doctoral) - Universidad Autónoma de Barcelona, Barcelona, 2011.
MONTENEGRO, M.; PUJOL, J. Conocimiento Situado: Un Forcejeo entre el Relativismo Construccionista y la Necesidad de Fundamentar la Acción. Revista Interamericana de Psicologia, v. 37, n. 2, p. 295-307, 2003.
ROSA, D. S.; CAETANO, M. R. Da educação rural à educação do campo: uma trajetória... Seus desafios e suas perspectivas. Colóquio, v. 6, n. 1-2, p. 21-34, 2008.
SANTOS, A. P. S. O ensino de geografia, a educação do/no campo e o território: uma proposta de sequência didática investigativa para a Escola Família Agrícola de Veredinha – MG. 2019. 150f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
SILVA, S. R. A Geografia na educação escolar indígena: limites e possibilidades para a construção da educação intercultural. 2013.143f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2013.
SOUZA, M. A. Educação do Campo: políticas, práticas pedagógicas e produção científica. Educ. Soc., Campinas, v. 29, n. 105, p. 1089-1111, set./dez., 2008.
VENDRAMINI, C. R. Educação e Trabalho: reflexões em torno dos Movimentos Sociais do Campo. Cadernos Cedes, Campinas, vol. 27, n. 72, p. 121-135, maio/ago., 2007.
VIGHI, C. S. B.. Inserção de professores urbanos em escolas do/no campo. In: I Seminário Internacional e I Fórum de Educação do Campo da Região Sul do RS: Campo e Cidade em busca de Caminhos Comuns, 2012, Pelotas - RS. Pelotas - RS: Ed. da UFPEL, 2012. p. 1-17.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Ponto de Vista
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
POLITICA DE ACESSO LIVRE
A revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o principio de disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público e proporcionar a democratização do conhecimento.
A Revista se reserva o direito de efetuar nos originais alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.