Em Busca das Práticas: Contribuições Epistemo-metodológicas das Teorias da Prática aos Estudos da Gestão Social
DOI:
https://doi.org/10.21118/apgs.v0i0.5172Palavras-chave:
Gestão Social como Prática, Virada Prática, PráxisResumo
Na busca pela consolidação/problematização do campo de conhecimento da gestão social e sua natureza voltada para uma gestão dialógica e democrática, objetivamos neste artigo explorar como as teorias da prática contribuem para a compreensão das ‘práticas de gestão social’ e da ‘gestão social como prática’ em suas relações constitutivas com os praticantes, as práxis e os contextos em que estão inseridas. Buscamos as contribuições de abordagens teóricas marcadas pela reconhecida virada prática, especialmente, pela sua recepção no campo das ciências da administração a partir dos estudos da ‘estratégia como prática’ (SAP). A perspectiva da estratégia como prática contribui a partir da noção de que a gestão social é uma atividade compartilhada pelos sujeitos envolvidos (praticantes). Entendemos que a gestão social como vem sendo desenvolvida demanda uma práxis entendida como atividade social reflexiva e transformadora que permite avançar no estudo e fomento de uma gestão contextualizada e sustentada intersubjetivamente.
Downloads
Referências
Alcântara, V. C. (2015). Mundo-da-vida e sistema: o locus da gestão social sob a abordagem habermasiana. (Dissertação de mestrado). Universidade Federal Lavras, Lavras, Brasil.
Alcântara, V. C. & Pereira, J. R. O Locus da Gestão Social no Contexto das Interrelações e Tensões entre Mundo-da-vida (Lebenswelt) e Sistema (System). Organização & Sociedade. 2016. (no prelo).
Araújo, E. T. (2012). (In) consistências da gestão social e seus processos de formação: um campo em construção. (Tese de doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP, Brasil.
Araújo, E. T. (2014). Gestão Social. In: Boullosa, R. F. (Org.). Dicionário para a Formação em Gestão Social. Salvador: CIAGS.
Araújo, E. T., França Filho, G. C., & Boullosa, R. F. (2014). Sobre o ENAPEGS. Disponível em: <http://www3.ufrb.edu.br/enapegs/sobre-o-enapegs.html>. Acesso em: 14 de abr. de 2016.
Boullosa, R. F., & Schommer, P. C. (2008, setembro). Limites da natureza da inovação ou qual o futuro da gestão social? Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 32.
Brito, M. J., Brito, V. G. P., Borges, A. F., & Andrade, L. P. (2014, setembro). Proposta teórico-metodológica para o estudo da Estratégia como Prática Social: uma abordagem construcionista. Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 38.
Cabral, E. H. S. (2011). Valores e espaço público: referenciais e instrumentos para a avaliação de projetos sociais. Revista de Administração Pública, 45(2), 1915-1941.
Cabral, E. H. S., & Muzy, P. T. (2014). Os valores e o valor da moeda: hipóteses sobre a comensurabilidade e a monetarização do impacto de projetos sociais. Cadernos EBAPE.BR, 12(2), 339-356.
Cançado, A. C. (2011). Fundamentos teóricos da gestão social. (Tese de doutorado). Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil.
Cançado, A. C., Pereira, J. R., & Tenório, F. G. (2013). Gestão Social: epistemologia de um paradigma (1ª ed.). Curitiba: Editora CRV.
Cançado, A. C., Pereira, J. R., & Tenório, F. G. (2015). Gestão Social: epistemologia de um paradigma (2ª ed.). Curitiba: Editora CRV.
Cançado, A. C., Tenório F. G., & Pereira, J. R. (2011). Gestão social: reflexões teóricas e conceituais. Cadernos EBAPE.BR, 9(3), 681-703.
Clegg, S. R., Kornberger, M., & Rhodes, C. (2005). Learning/Becoming/Organizing. Organization, 12(2), 147-167.
Clegg, S., Carter, C., & Kornberger, M. (2004). Get up, I feel like being a strategy machine. European Management Review, 1(1), 21-28.
Fein, E. (2015). Reviewing the Practice Turn in Social, Organizational and Leadership Studies from an Integral Perspective. Integral Review, 11(3), 93-116.
Feldman. M. S., & Orlikowski, W. J. (2011). Practicing Theory and Theorizing Practice. Forthcoming. Martha S. Feldman and Wanda J. Orlikowski. Organization Science, Special Issue Perspectives on Organization Science: The First 20 Years.
Fenton, C., & Langley, A. (2011). Strategy as Practice and the Narrative Turn. Organization Studies, 32(9), 1171-1196.
Fischer, T. (2012). Gestão social do desenvolvimento de territórios. Revista Psicologia, 12(1), 113-119.
Fischer, T., Roesch, S., & Melo, V. P. (2006). Gestão do desenvolvimento territorial e residência social: casos para o ensino. Salvador: UFBA.
França Filho, G. C. (2003, junho). Gestão Social: um conceito em construção. Anais do Colóquio Internacional Sobre Poder Local, Salvador, BA, Brasil, 9.
França Filho, G. C. (2008). Definindo gestão social. In: Silva Junior, J. T., Mâsih, R. T., Cançado, A. C., & Schommer, P. C. (Org.). Gestão social: práticas em debate, teorias em construção. Fortaleza: Imprensa Universitária, 26-37.
Garcia, A. S. (2016). Esferas públicas como categoria fundante da gestão social. (Dissertação de mestrado). Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil.
Golsorkhi, D., Rouleau, L., Seidl, D., & Vaara, E. (2010). Cambridge Handbook of Strategy as Practice. Cambridge: University Press.
Gondim, S., Fischer, T. M. D., & Melo, V. P. (2006, setembro).
Formação em Gestão Social: um olhar crítico sobre a experiência de pós-graduação. Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Salvador, BA, Brasil, 30.
Guerra, J., & Teodósio, A. S. S. (2015). Dialogismo e Reflexidade: uma análise da contribuição dos Centros e Programas de Estudos de Gestão Social no Brasil. Revista de Ciências da Administração, 1(3), 45-62.
Iizuka, E. S., & Junqueira, L. A. P. (2013). Produção acadêmica em gestão social: visita aos anais dos Enapegs de 2007 a 2012. Revista de Gestão Social e Ambiental, 7(2), 71-85.
Jarzabkowski, P., & Spee, A. P. (2009). Strategy-as-practice: A review and future directions for the field. International Journal of Management Reviews, 11(1), 69-95.
Jarzabkowski, P., & Whittington, R. (2008). A strategy-as-practice approach to strategy research and education. Journal of Management Inquiry, 17(4), 282-286.
Jarzabkowski, P., Balogun, J., & Seidl, D. (2007). Strategizing: The challenges of a practice perspective. Human Relations, 60(1), 5-27.
Johnson, G., Melin, L., & Whittington, R. (2003). Micro strategy and strategizing: Towards an activity-based view? Journal of Management Studies, 40(1), 45-59.
Justen, C. E., Moretto Neto, L., & Garrido, P. (2014). O. Para além da dupla consciência: Gestão Social e as antessalas epistemológicas. Cadernos EBAPE.BR, 12(2), 237-251.
Küpers, W., Mantere, S., & Statler, M. (2013). Strategy as Storytelling: A Phenomenological Collaboration. Journal of Management Inquiry, 22(1), 83-100.
Maciel, C. D. O., & Augusto, P. O. M. (2013). A practice turn e o movimento social da estratégia como prática: está completa essa virada? Revista de Administração Mackenzie, 14(2), 155-178.
Mueller, F., Whittle, A., Gilchrist A., & Lenney, P. (2013). Politics and strategy practice: An ethnomethodologically-informed discourse analysis perspective. Business History, 55(7), 1168-1199.
Oliveira, V. A. R., Cançado, A. C., & Pereira, J. R. (2010). Gestão social e esfera pública: aproximações teórico-conceituais. Cadernos EBAPE. BR, 8(4), 613-626.
Paes de Paula, A. P. (2016). Em Busca de uma Ressignificação para o Imaginário Gerencial: Os Desafios da Criação e da Dialogicidade. Revista de Administração Mackenzie, 17(2), 18-41.
Paes de Paula, A. P. (2015). Repensando os Estudos Organizacionais: por uma nova teoria do conhecimento. Rio de Janeiro: FGV.
Paiva, A. L., Alcântara, V. C., Andrade, L. F. Tonelli, D. F., & Brito, M. J. (2015, novembro) Traços da virada linguística na estratégia como prática: uma revisão de escopo. Anais do Seminário em Administração, São Paulo, SP, Brasil, 18.
Peci, A. (2014). Réplica 3 - Clássicos... Quais clássicos? Antinomias e tensões no fazer ciência em administração. Revista de Administração Contemporânea, 18(5), 726-735.
Peres Junior, M. R. (2013). Gestão Social sob a ótica da Teoria da Estruturação. (Tese de doutorado). Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil.
Peres Junior, M. R., & Pereira, J. R. (2014). Abordagens Teóricas da Gestão Social: uma análise de citações exploratórias. Cadernos EBAPE. BR, 12(4), 221-236.
Peres Júnior, M. R., Pereira, J. R., & Oliveira, L. C. D. (2013). Gestão Social sob a lente estruturacionista. Revista de Administração Mackenzie, 14(6), 18-49.
Persson, E., & Moretto Neto, L. (2015, setembro). Implicações da apropriação da noção habermasiana de esfera pública na gestão social à luz das refrações da burocracia. Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Belo Horizonte, MG, Brasil, 39.
Pinho, J. A. G. (2010). Gestão social: conceituando e discutindo os limites e possibilidades reais na sociedade brasileira. In: Rigo, A. S. et al. Gestão Social e Políticas Públicas de Desenvolvimento: Ações, Articulações e Agenda. Recife: UNIVASF.
Pinho, J. A. G., & Santos, M. E. P. (2015a). Gestão social: uma análise crítica de experiências brasileiras. Revista do Serviço Público Brasília, 66(2), 257-279.
Pinho, J. A. G., & Santos, M. E. P. (2015b). Aporias em torno do conceito de Gestão Social: dilemas teóricos e políticos. REGE - Revista de Gestão, 22(2), 155-172.
Postill, J. (2010). Introduction: Theorising media and practice. In Bräuchler, B., & J. Postill (eds). Theorising Media and Practice. Oxford and New York: Berghahn.
Prasad, A. (2002). The Contest Over Meaning: Hermeneutics as an Interpretive Methodology for Understanding Texts. Organizational Research Methods, 5(1), 12-33.
Reckwitz, A. (2002). Toward a Theory of Social Practices: A Development in Culturalist Theorizing. European Journal of Social Theory, 5(1), 243-263.
Rouleau, L. (2005). Micro-practices of strategic sensemaking and sensegiving: How middle managers interpret and sell change every day. Journal of Management Studies, 42(7), 1414-1441.
Samra-Fredericks, D. (2005). Strategic practice, ‘discourse’ and the everyday interactional constitution of ‘power effects’. Organization, 12(6), 803-841.
Santos, L. L. S., & Silveira, R. A. (2015). Por uma Epistemologia das Práticas Organizacionais: A contribuição de Theodore Schatzki, Organizações & Sociedade, 22(7), 79-98.
Schatzki, T. R. (2001). Practice Mind-ed Orders. In: Schatzki, T. R., Knorr-Cetina, K., & Von Savigny, E. (eds.) The practice turn in contemporary theory. London: Routledge.
Schatzki, T. R., Knorr-Cetina, K., & Von Savigny, E. (2001). The practice turn in contemporary theory. London: Routledge.
Schommer, P. C., & França Filho, G. C. de. (2006) A metodologia da residência social e a aprendizagem em comunidades de prática. Revista Eletrônica da Residência Social do CIAGS/UFBA,1(1), 203-226.
Seidl, D. (2007). General strategy concepts and the ecology of strategy discourses: A systemic-discursive perspective. Organization Studies, 28(2), 197-218.
Shrivastava, P. (1986). Is Strategic Management Ideological? Journal of Management, 12(3), 363- 377.
Silva, A. R. L., & Pimentel, T. D. (2014, novembro). A estratégia como prática no processo de auto-organização e gestão social. Anais do Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais, Uberlândia, MG, Brasil, 2.
Tenório, F. G. (1998). Gestão social: uma perspectiva conceitual. Revista de Administração Pública, 32(5), 7-23.
Tenório, F. G. (2005). (Re)visitando o conceito de gestão social. Desenvolvimento em Questão, 3(2), 101-124.
Tenório, F. G. (2014, março). Administração e a Questão Social: entre o ‘Robinsonismo’ e o ‘Étiennismo’. Anais do Colóquio Internacional de Epistemologia e Sociologia da Ciência da Administração, Florianópolis, SC, Brasil, 4.
Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul. IX Encontro Nacional de Pesquisadores em Gestão social - Gestão Social, Participação e Desenvolvimento: Olhares desde a América Latina. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/enapegs2016/>. Acesso em: 20 nov. 2015.
Vaara, E., & Whittington, R. (2012). Strategy-as-Practice: Taking Social Practices Seriously. The Academy of Management Annals,6(1), 285-336.
Vaara, E., Kleymann, B., & Seristö, H. (2004). Strategies as discursive constructions: the case of Airline Alliances. Journal of Management Studies, 41(1), 1-35.
Vandenberghe, F. (2014, abril). Gestão social: Uma disciplina em busca de teoria. Anais do Encontro Nacional de Pesquisadores em Gestão Social, Cachoeira, BA, Brasil, 8.
Vazquez, A. S. (2007). Filosofia da Práxis (2ª ed.). Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra.
Venâncio, A. C. L. (2015, outubro). Metodologias das práticas. Anais do Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais, Vitória, ES, 3.
Walter, S. A., & Augusto, P. O. M. (2011). A institucionalização da estratégia como prática nos estudos organizacionais. Revista de Administração, 46(4), 392-406.
Walter, S. A., & Augusto, P. O. M. (2012). Prática estratégica e strategizing: mapeamento dos delineamentos metodológicos empregados em estratégia como prática. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, 11(1), 131-142.
Whittington, R. (1996). Strategy as practice. Long Range Planning, 29(5), 731-735.
Whittington, R. (2006). Completing the practice turn in strategy research. Organization Studies, 27(5), 613-634.
Zwick, E., Silva, I. C., & Brito, M. J. (2014). Estratégia como prática social e teoria da ação comunicativa: possíveis aproximações teóricas. Cadernos EBAPE.BR,12(4), 384-400.
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam na Revista de Administração Pública e GestãoSocial (APGS) devem concordar com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado soba Creative Commons Attribution License, permitindo o compartilhamentodo trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalhopublicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional oucomo capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar críticas e sugestões proveitosas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Autores reservam o direito da editoria desta revista de efetuar, nos trabalhos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a atender sua política editorial e a manter opadrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
- Autores assumem exclusiva responsabilidade pelas suas opiniões emitidas nos trabalhos publicados nesta revista.