O Lugar da Autonomia e da Participação Social no Sistema Estatístico Nacional

Autores

  • Sidneia Reis Cardoso Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.21118/apgs.v1i1.4817

Palavras-chave:

Estatística pública, Autonomia, Participação social

Resumo

Desde a formação dos primeiros grandes Estados da Antiguidade, os levantamentos de dados estatísticos vêm sendo utilizados para o conhecimento da população e do território, sendo a estatística, desde a sua origem, uma ciência do Estado. Segundo Foucault, foi a partir da época do mercantilismo na Europa que surgiu a necessidade da racionalização das práticas de governar e de um novo saber. Desde então, o saber estatístico constitui uma dimensão essencial ao exercício do poder e fonte de conhecimento sobre as forças constitutivas do Estado. O objetivo deste trabalho é refletir sobre a relação entre a estatística pública e o poder na sociedade contemporânea e a possibilidade de construção de formas de resistência através da autonomia do sistema estatístico nacional e da participação social na tomada de decisão sobre a produção e disseminação de dados estatísticos relevantes para a sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sidneia Reis Cardoso, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda do Programa de Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ

Tecnologista do IBGE lotada na Diretoria de Pesquisas

Referências

Agamben, G. (2002). Homo Sacer: o poderoso soberano e a vida nua. Belo Horizonte: Editora UFMG.

Assis, M.M.A.; Villa, T.C.S. (2003). O controle social e a democratização da informação: um processo em construção. Revista Latino-Americana Enfermagem, Ribeirão Preto, 11 (3), 376-382.

Batista, C.L. (2010). Informação pública: entre o acesso e a apropriação social. (Dissertação Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

Batista, C.L. (2012). Informação pública: controle, segredo e direito de acesso. Intexto, Porto Alegre, 26, 204-222.

Bello, S.E.L., Traversini, C.S. (2011). Saber estatístico e sua curricularização para o governamento de todos e de cada um. Boletim de Educação Matemática, Rio Claro, 24(40), 855-87.

Bucci, E.S. (2015). O acesso à informação pública como direito fundamental à cidadania. Recuperado de http://www.ambitojuridico.
com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6490.

Camargo, A.P.R. (2009). Sociologia das estatísticas: possibilidades de um novo campo de investigação. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, 16(4), 903-925.

Carvalho, J.M. (2008). Cidadania no Brasil: o longo caminho (11a ed.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Carvalho, M.C.A.A. & Teixeira, A.C.C. (Org.). (2000). Conselhos Gestores de Políticas Públicas. São Paulo: Pólis.

Castells, M. (1999). A sociedade em rede (Vol. I, 8a ed.). São Paulo: Paz e Terra.

Castells, M. (2009) Comunicación y poder. Madri: Alianza Editorial.

Comissão Interamericana de Direitos Humanos. (2011). O direito de acesso à informação no marco jurídico interamericano (2a ed.). Montevidéu: OEA documentos oficiais.

Chauí, M. (2001). Escritos sobre a universidade. São Paulo: Editora UNESP.

Cunha, L. A. (2006). Autonomia universitária: teoria e prática. In: VESSURI, H. Universidad e investigación científica (pp. 13-31). Buenos Aires: CLACSO.

Deleuze, Gilles.(1992). Conversações. São Paulo: Ed. 34.

Durham, E.R. (2005). A autonomia universitária – extensão e limites. São Paulo: NUPES/USP.

Faria, N. & Moreno, R. Apresentação da edição brasileira. In: CARRASCO, C. Estatísticas sob suspeita: proposta de novos indicadores com base na experiência das mulheres. São Paulo: SOF Sempreviva Organização Feminista.

Fávero, M.L.A. (2004). Autonomia e poder na universidade: impasses e desafios. Perspectiva, Florianópolis, 22(1), 197-226.

Ferreira, R. S. (2014). A sociedade da informação como sociedade de disciplina, vigilância e controle. Información, cultura y sociedade, Buenos Aires, 31, 109-120.

Foucault, M. (1979). Inútil revoltar-se? Recuperado de http://ojardimimperfeito.blogspot.com.br/2014/06/inutil-revoltar-se.html.

Foucault, M. (1987). Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes.

Foucault, M. (1978). O que é a crítica? Recuperado de http://portalgens.com.br/portal/images/stories/pdf/critica.pdf.

Foucault, M. (2002). A verdade e as formas jurídicas (3a. ed.). Rio de Janeiro: Nau Editora.

Foucault, M. (2006). Estratégia, poder-saber (Coleção Ditos e Escritos IV, 2a ed.). Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Foucault, M. (2008a). Segurança, território, população. São Paulo: Martins Fontes.

Foucault, M. (2008b). Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes.

Gomes, E.G.M. (2003). Conselhos gestores de políticas públicas: democracia, controle social e instituições. (Dissertação Mestrado). Fundação Getúlio Vargas, São Paulo.

Grabois, P. (2013). Transformar o poder: um estudo sobre a questão da biopolítica em Foucault e Negri. Ensaios Filosóficos, Rio de Janeiro, 8, 122-138.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2015) Princípios Fundamentais das Estatísticas Oficiais: orientações para divulgações de resultados pelo IBGE. Recuperado de http://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/eventos/missao/principios_fundamentais_orientacoes_divulgacoes.shtm.

Jeskanen-sundstrom, H. (2007) Independence of Official Statistics – a Finnish Experience. In: Seminar on Evolution of National Statistical Systems. New York: UNSD.

Julien, F. (2014). Os direitos do homem são mesmo universais? Recuperado de http://www.diplomatique.org.br/print.php?tipo=ar&id=145.

Lafer, C. (1997) A reconstrução dos direitos humanos: a contribuição de Hannah Arendt. Estudos Avançados, São Paulo, 11(30), 55-65.

Lara, M.L.G., Camargo, J.C.C. & Rocha, S.G. Informação estatística e cidadania. São Paulo em perspectiva, São Paulo, 16(3), 86-91.

Lara, M.L.G. & Conti, V.L. (2003). Disseminação da informação e usuários. São Paulo em perspectiva, São Paulo, 17(3-4), 26-34.

Machado, R. (Org). (1979). Microfísica do Poder (4a ed.). Rio de Janeiro: Edições Graal.

Mancebo, D. (2015). Autonomia universitária: reformas, propostas e resistência cultural. Recuperado de http://www.anped11.uerj.br/20/MANCEBO.htm.

Marshall, T. H. (1967). Cidadania e classe social. In: MARSHALL, T.H. Cidadania, classe social e status (pp. 57-114). Rio de Janeiro: Zahar.

Moraes, A. (2014). A vida das estatísticas e a vida das mulheres: sobre as possibilidades de produzir dados afetados e o caso da pesquisa do IPEA. Revista Ártemis, João Pessoa, 17(1), 25-40.

Moraes, T.D. & Nascimento, M.L. (2002) Da norma ao risco: transformações na produção de subjetividades contemporâneas. Psicologia em Estudo, Maringá, 7(1), 91-102.

Nascimento, D.A. (2013). Biopolítica e direitos humanos: uma relação revisitada guiada pelo cortejo da ajuda humanitária. Revista de Filosofia Aurora, Curitiba, 25(37), 131-150.

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. (1998). Declaração Universal dos Direitos Humanos. Brasília: Representação da UNESCO no Brasil.

Pelbart, P.P. (2000). A vertigem por um fio: políticas da subjetividade contemporânea. São Paulo: Editora Iluminuras.

Porter, T.M. (2012). Funny Numbers. Culture Unbound, 4, 585-598.

Raichelis, R. (2006). Articulação entre os conselhos de políticas públicas – uma pauta a ser enfrentada pela sociedade civil. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, 85(27), 109-116.

Raichelis, R. (2011). O controle social democrático na gestão e orçamento público 20 anos depois. In: CFESS (Org.). Seminário Nacional: O Controle Social e a Consolidação do Estado Democrático de Direito, Brasília.

Ruiz, C.M.M.B. (2014). O múnus e a imunização biopolítica: uma leitura dos direitos humanos a partir de Roberto Esposito. Revista Pistis Praxis, Curitiba, 6(3), 929-950.

Seltzer, W. (1994). Politcs and statistics: independence, dependence or interaction? New York: United Nations.

Senra, N. C. (1997). Um olhar sobre os anuários estatísticos. Ciência da Informação [online], Brasilia, 26(1). Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19651997000100002&lng=en&nrm=iso.

Senra, N. C. (2005). O saber e o poder das estatísticas. Rio de Janeiro: IBGE.

Schwartzman, S. (1988, dezembro 12). A Autonomia Universitária e a Constituição de 1988. Folha de São Paulo.

United Nations Statistics Division. (2004) Manual de Organización Estadística: el funcionamento y la organización de uma oficina estadística. New York: Nações Unidas, 2004.

United Nations Statistics Division. (2014). Implementation guideline of all the United Nations Fundamental Principles. New York: Nações Unidas.

Theis, I.M. (2013) A Sociedade do Conhecimento realmente existente na perspectiva do desenvolvimento desigual. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 5(1), 133-148.

Vieira, P.P. (2014) Michel Foucault, a figura do sujeito de direito e o domínio da ética. In: Anais eletrônicos do Encontro Estadual de História da ANPUH-SP, Santos, SP, Brasil, 22.

Wood, E.M. (2011). Democracia contra capitalismo: a renovação do materialismo histórico. São Paulo: Boitempo.

Downloads

Publicado

2016-01-06

Como Citar

Cardoso, S. R. (2016). O Lugar da Autonomia e da Participação Social no Sistema Estatístico Nacional. Administração Pública E Gestão Social, 1(1), 37–48. https://doi.org/10.21118/apgs.v1i1.4817

Edição

Seção

Artigos