O retrato da mulher na agricultura familiar baiana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31423/oikos.v35i1.15450

Palavras-chave:

Agricultura Familiar. Bahia. Mulher Rural. Empoderamento.

Resumo

Este artigo propõe analisar as características da mulher na agricultura familiar baiana, considerando as variáveis de gênero, raça, escolaridade e políticas públicas a partir dos dados do Censo Agropecuário de 2017. Metodologicamente, a coleta e análise dos dados foi realizada a partir do Sidra e do IBGE dentro da política do Pronaf B. Os resultados indicam um aumento significativo na participação de mulheres que assumem a direção dos estabelecimentos agropecuários, traduzindo seu empoderamento nas tomadas de decisões. De um total de 528.755 agricultores familiares do grupo Pronaf B na Bahia, cerca de 159.860 dos estabelecimentos é administrado por mulheres, dessas, 141.880 se enquadram como proprietária (com ou sem documentação). Dessa forma, conclui-se que as mulheres dirigentes de estabelecimentos agrários carecem de políticas públicas que reconheçam sua importância para garantia da segurança alimentar, enfraquecimento do êxodo rural e geração de riquezas no campo. 

Downloads

Biografia do Autor

Jenilda Bastos Almeida Pinheiro, UFRB

Profissional com graduação em Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS (2007), Especialização em Gestão Pública pela Universidade do Estado da Bahia- UNEB (2020) e Mestranda pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB. Com experiência nas áreas de Planejamento, organização, supervisão do processo produtivo, processos administrativos, licitações e contratos. Conhecimento em Colegiados Ambientais, Comitê de Bacias Hidrográficas,Topografia e Georreferenciamento. Busco o desenvolvimento profissional valorizando o trabalho em grupo, onde possa atuar propondo soluções, participando, aprendendo e ousando nas decisões, assumindo riscos e comprometendo-me com a qualidade e eficiência. Atualmente sou assistente administrativo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, experiência na área de Administração, com ênfase em Administração pública.

Sthefanny Lorenna West Soares, Universidade Estadual de Feira de Santana

Mestranda em Planejamento Territorial pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Bacharel em Ciência Política pela Universidade de Brasília (2017) e Graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade Paulista. Tenho experiência profissional no setor privado nas áreas de Relações Governamentais e Comunicação Socioambiental. Em minha pesquisa de mestrado, desenvolvi uma análise de riscos e vulnerabilidades socioambientais a partir da percepção de comunidades tradicionais ribeirinhas sobre a qualidade ambiental de seus territórios, utilizando ferramentas de diagnóstico participativo.

Vivian Nascimento Menezes dos Santos, Universidade Federal da Bahia

Mestranda em Serviço Social pela Universidade Federal da Bahia (2022-2024); Graduada em Serviço Social pela Universidade Católica do Salvador (2003); Pós-graduada em Políticas Sociais e Serviço Social pela Faculdade Nobre de Feira de Santana - FAN, (2015); Assistente Social na Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS (desde 2014), lotada no Núcleo de Apoio Psicossocial e Pedagógico - NAPP; Membro do Observatório de Racialidade e Interseccionalidade (ORI); Possuo experiência profissional na implantação e acompanhamento de Cooperativas de Catadores (as) de Materiais Recicláveis.

Daiane Loreto de Vargas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Graduação no Curso de Tecnologia em Agropecuária pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul/UERGS (2005-2009); Mestre e Doutora em Extensão Rural pelo Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGExR) da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM (2010-2012; 2012-2016); Graduação no Programa Especial de Formação de Professores para a Educação Técnica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Maria/UFSM (2012-2014). Ph.D em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO) da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM (2017-2019). Professora Substituta na Universidade Federal de Santa Maria, Campus de Frederico Westphalen (UFSM/CESNOR - 2016). Extensionista no Projeto Fortalecimento do PRONERA e do Crédito Fundiário executado em parceria com Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus de Frederico Westphalen (2016-2017). Professora Adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB) (2019 e 2023). Representante do Colegiado do Curso de Gestão de Cooperativas, do Núcleo Docente Estruturante da Agroecologia (NDE) e Chefe do Núcleo de Educação e Ações Comunitárias (NUEDAC) da Pró-reitora de Extensão e Cultura (PROEXC). Membro do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento da Agricultura Familiar e da Agroecologia (DAFAG-UFRB). Professora do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Políticas Públicas e Segurança Social (PPGGPPSS - UFRB). Atualmente, Professora Adjunta da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural (DEAER). Chefe Substituta do DEAER (2024-2026). Representante docente do Colegiado do Curso de Agronomia (UFSM). Membro da Coordenação do Fórum Nacional de Professoras e Professores de Extensão Rural. Possui vários trabalhos publicados em periódicos e eventos, capítulos de livros, participação em bancas, trabalhos técnicos, cursos de aperfeiçoamento, participação e organização de eventos. Tem experiência na área de Extensão Rural, atuando principalmente nos seguintes temas: extensão rural, políticas públicas, agricultura familiar, artesanato rural, educação do campo e cooperativismo

Referências

AQUINO, Joacir Rufino de; ALVES, Maria Odete; VIDAL, Maria de Fátima. Agricultura Familiar no Nordeste do Brasil: Um retrato atualizado a partir dos dados do Censo Agropecuário 2017. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 51, p. 31-54, ago, 2020. Supl. Especial.

AQUINO, Joacir Rufino de; GAZOLLA, Márcio; SHNEIDER, Sérgio. Dualismo no Campo e Desigualdades Internas na Agricultura Familiar Brasileira. RESR, Piracicaba-SP, v. 56, nº 01, p. 123-142, jan./mar. 2018.

BNDS. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.2022. Pronaf Microcrédito (grupo "B"). Disponível em: <https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/pronaf-microcredito-grupo-b>. Acesso em: 10.05.2022.

BOMBARDI, Larissa. Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Europeia, – São Paulo: FFLCH – USP, 2017.

BRUNO, Nelma Lima.; PROFICE, Cristiana Cabicieri.; AGUIAR, Paulo César Bahia de; PIRES, Mônica de Moura e FERRAZ, Marcelo Inácio Ferreira. Empoderamento feminino na agricultura familiar no estado da Bahia, Brasil. Research, Society and Development, São Paulo, v. 11, n. 9, p. e38711932003, set, 2022.

CARLOTO, Cássia Maria e GOMES, Anne Grace. Geração de renda: enfoque nas mulheres pobres e divisão sexual do trabalho. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 105, p. 131-145, jan./mar. 2011.

CERQUEIRA, Cristiane Aparecida de; JESUS, Clesio Marcelino de; PINHEIRO, Lessi Inês Farias. Pronaf nos territórios de cidadania da Bahia nos governos instituídos entre 1999 e 2018. Revista Grifos. DOI, http://dx.doi.org/10.22295/grifos.v30i51.5544 .

IBGE. Censo Agropecuário 2017. 2017. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-agropecuario/censo-agropecuario-2017#caracteristicas-estabelecimentos>. Acesso em: 10.05.2022.

IBGE. Cidades - 2021.Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/panorama>. Acesso em: 14.05.2022.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional

versus identidade negra. Petrópolis - RJ: Vozes, 1999.

MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. In: SEMINÁRIO NACIONAL RELAÇÕES RACIAIS E EDUCAÇÃO, 3., 2003, Rio de Janeiro. -PENESB-RJ, 2003. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2014/04/Uma-abordagem-conceitual-das-nocoes-de-raca-racismo-dentidade-e-etnia.pdf>. Acesso em: 03.12.2021.

NEVES, Delma. Pessanha. Agricultura familiar: quantos ancoradouros! In: FERNARDO, Bernardo Mançano; MARQUES, Marta Inez Medeiros; SUZUKI, Júlio César. (org.). Geografia Agrária: teoria e poder. São Paulo: Expressão Popular, 2007.

RIBEIRO, Djamila. Lugar de Fala. São Paulo: 2019.

ROCHA, Edmar José da; ROSEMBERG, Fúlvia. Autodeclaração de cor e/ou raça entre escolares paulistanos(as). Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, p. 759-799, set./dez. 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/cp/a/5NbCwJ6ShDZ6sq9FPgpBRxc/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 03.12. 2021.

SILVA, Edna Maria da; REIS, Lívia Liberato de Matos e COUTO, Vitor de Athayde. Agricultura familiar na Bahia: uma análise dos dados do Censo Agropecuário 2017. Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, p. 211-226, ago, 2020. Supl. Especial.

VIEIRA FILHO, José Eustáquio Ribeiro e GASQUES, José Garcia. Uma jornada pelos contrastes do Brasil: cem anos do Censo Agropecuário. Brasília: IPEA, IBGE, 2020.

WANDERLEY, Maria de Nazareth Baudel. O Campesinato Brasileiro: uma história de resistência. RESR, Piracicaba, v. 52, p. S025-S044, 2014. Supl. 1.

Downloads

Publicado

2025-03-25

Como Citar

Jenilda Bastos Almeida Pinheiro, Sthefanny Lorenna West Soares, Vivian Nascimento Menezes dos Santos, & Daiane Loreto de Vargas. (2025). O retrato da mulher na agricultura familiar baiana. Oikos: Família E Sociedade Em Debate, 36(2). https://doi.org/10.31423/oikos.v35i1.15450

Edição

Seção

Artigos