Inteligência artificial, teoria social de Marx e o “Trabalhador Fantasma”
DOI:
https://doi.org/10.31423/oikos.v35i3.18984Palavras-chave:
Inteligência Artificial, Teoria Social de Marx, Fetichismo da mercadoria, Força de trabalhoResumo
O artigo que aqui se materializa, no contexto de pesquisa sobre questão social e teoria do valor, tem o intuito de tecer reflexões iniciais sobre as Tecnologias Digitais (TDs), que são estruturadas por vários tipos de Inteligências Artificiais (IAs). Tal pesquisa se fundamenta na necessidade de analisar o mundo do trabalho no contexto do capitalismo contemporâneo. Dado o caráter de inovação dessas tecnologias o texto apresenta uma sistematização de suas conceituações e estabelece um diálogo com a teoria social crítica de Marx. Em sua estrutura de exposição recupera formulações teóricas sobre forças produtivas e estranhamento, para, então problematizar as relações entre as tecnologias digitais, o fetiche da mercadoria, a mistificação do capital e a noção de “trabalhador fantasma”, evidenciando, contudo, a necessidade da força de trabalho para o funcionamento das IAs. Conclui-se que, apesar de mecanismos de invisibilidade e ocultamento, o trabalho humano continua, visto a natureza do modo de produção capitalista, sendo imprescindível para o processo de acumulação do capital.
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