Inteligência artificial, teoria social de Marx e o “Trabalhador Fantasma”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31423/oikos.v35i3.18984

Palavras-chave:

Inteligência Artificial, Teoria Social de Marx, Fetichismo da mercadoria, Força de trabalho

Resumo

O artigo que aqui se materializa, no contexto de pesquisa sobre questão social e teoria do valor, tem o intuito de tecer reflexões iniciais sobre as Tecnologias Digitais (TDs), que são estruturadas por vários tipos de Inteligências Artificiais (IAs). Tal pesquisa se fundamenta na necessidade de analisar o mundo do trabalho no contexto do capitalismo contemporâneo. Dado o caráter de inovação dessas tecnologias o texto apresenta uma sistematização de suas conceituações e estabelece um diálogo com a teoria social crítica de Marx. Em sua estrutura de exposição recupera formulações teóricas sobre forças produtivas e estranhamento, para, então problematizar as relações entre as tecnologias digitais, o fetiche da mercadoria, a mistificação do capital e a noção de “trabalhador fantasma”, evidenciando, contudo, a necessidade da força de trabalho para o funcionamento das IAs. Conclui-se que, apesar de mecanismos de invisibilidade e ocultamento, o trabalho humano continua, visto a natureza do modo de produção capitalista, sendo imprescindível para o processo de acumulação do capital.

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Biografia do Autor

Antonio Reguete Monteiro de Souza, Doutro em Serviço Social - PUC-Rio

Psicólogo graduado pela Universidade Gama Filho (1994), Doutor (2015) e Mestre (2010) em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).Atuou nas políticas públicas de Assistência Social e Saúde com ênfase nas crianças e adolescentes em situação de rua. Foi Conselheiro do Conselho Municipal das Crianças e dos Adolescentes da cidade do Rio de Janeiro. Participou da elaboração de políticas públicas na área de acolhimento institucional para adolescentes e da construção de protocolos de acesso para população em situação de Rua na Atenção Básica em Saúde. Atualmente é Professor do Ensino Superior, membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso de Psicologia da Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), Supervisor de Estágio e Coordenador do Laboratório de Pesquisas e Práticas em Psicologia Social. Possui formação em Psicodrama (1996). Atua, desde 1994 em organizações e movimentos sociais de educação e direitos humanos, com atividades nas áreas da formação humana, coordenação de projetos sociais, garantia de direitos e assessoria em elaboração de políticas públicas. Tem experiência intervenção profissional e de pesquisa nas temáticas: Gênero, Educação Popular, Movimentos Sociais, Organizações da Sociedade Civil, Políticas Públicas de Assistência Social e de Saúde, Direitos Humanos, Acolhimento Institucional e Prevenção ao consumo abusivo de drogas e as DSTs/AIDS, com ênfase de atuação junto a infância, adolescência e juventude.

María Fernanda Escurra, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FSS/UERJ).

Professora adjunta e pesquisadora da Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FSS/UERJ).

Ziza Dourado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FSS/UERJ)

Doutora e mestre em Serviço Social pelo ESS/PPG/UFRJ; docente, coordenadora do Laboratório de Imagem (LI) e pesquisadora do Programa de Estudos do Trabalho e Reprodução Social (PETRES) na Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FSS/UERJ); artista visual, vinculada ao Coletivo Pluralistas.

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Publicado

2025-01-27

Como Citar

Antonio Reguete Monteiro de Souza, María Fernanda Escurra, & Ziza Dourado. (2025). Inteligência artificial, teoria social de Marx e o “Trabalhador Fantasma”. Oikos: Família E Sociedade Em Debate, 35(3). https://doi.org/10.31423/oikos.v35i3.18984

Edição

Seção

Novas tecnologias no trabalho: a luta de classes no novo contexto da produção de valor