Luta, resistência e autorganização: a economia no modo de vida quilombola no semiárido pernambucano
DOI:
https://doi.org/10.31423/oikos.v36i2.19625Palavras-chave:
Economia, Cooperação, Modos de vida, QuilombolaResumo
A discussão em torno da economia quilombola em diferentes comunidades no Estado de Pernambuco, assim como no Nordeste brasileiro, associa-se historicamente ao processo de colonização do Brasil marcado pela luta e resistência destes grupos étnicos. Tais comunidades construíram modos de vida inspirados em laços de solidariedade, reciprocidade e ajuda mútua. Nesta perspectiva contra hegemônica, destacam-se formas de fazer economia que resistem e se contrapõem à lógica de produção e consumo capitalistas. Para tal, o artigo em tela, busca refletir sobre a vivência e os dados obtidos no território relacionados ao projeto de tese desenvolvido na Comunidade Quilombola Jatobá II, localizada no semiárido pernambucano, trazendo como objetivo destacar as formas econômicas inerentes aos modos de vida locais. A metodologia qualitativa contou com a realização de rodas de conversas e espaços de convivência coletiva na comunidade, de modo que as rodas foram inspiradas em roteiro de entrevista semiestruturado, utilizando como princípio os pressupostos da educação popular. Tal exercício epistemológico possibilitou conhecer mais de perto a auto-organização da comunidade em prol da promoção do bem-estar e da vida coletiva.
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