Múltiplas parentalidades: um olhar para as famílias brasileiras em 2019

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31423/oikos.v36i1.20144

Palavras-chave:

Afetividade, Concepção de família, Família, Organizações familiares

Resumo

O artigo tem como objetivo apresentar as concepções de família na contemporaneidade, a fim de identificar a diversidade de arranjos familiares brasileiros e suas representações, com foco nas famílias constituídas a partir da relação de afeto. Serão mostrados resultados de pesquisa bibliográfica, realizada a partir da base de dados da Web of Science e do Portal de Periódicos da Capes, bem como uma ênfase quantitativa obtida pelos dados extraídos da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Os resultados revelam ênfases centrais no que tange as formações de família no Brasil, evidenciando: a) sexo; b) faixa etária; c) cor ou raça; d) escolaridade; e) união consensual; f) renda; g) trabalho; h) região i) situação do domicílio. Conclui-se que a maior parte da população brasileira não se encontra vivendo numa família nuclear, mas em arranjos constituídos preponderantemente por vínculos não biológicos estabelecidos a partir dos papéis que seus membros ocupam dentro dessa estrutura.

Downloads

Biografia do Autor

Marcone Mardoqueu Silva Santos, Universidade Federal de Viçosa

Atualmente exerce a advocacia. Mestre pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) na linha de pesquisa Famílias, Políticas Públicas e Desenvolvimento Humano e Social. Graduado em Direito pelo Centro Universitário de Viçosa (UNIVIÇOSA).

Mary Anne Nascimento Souza, Instituto René Rachou-Fiocruz Minas

Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela UFV. Doutora em Saúde Coletiva pela Fiocruz Minas Gerais.

Angelita Alves de Carvalho, Universidade Federal de Viçosa

Doutora em Demografia pelo CEDEPLAR/UFMG. Mestre em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas/IBGE. 

Referências

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

BENETTI, Ana Paula. CAMPEOL, Ângela Roos. MACHADO, Mônica Sperb. PEREIRA, Caroline Rubin Rossato. Famílias Monoparentais: Uma Revisão Sistemática da Literatura. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 41. n. 1, p. 1-14, 2021.Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003209634. Acesso em 19 jan. 2023.

BISPO, Marcelo. Estudos Baseados em Prática: Conceitos, História e Perspectivas. RIGS revista interdisciplinar de gestão social, v.1, n. 1, p. 13-34, 2013.

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Provimento nº 63, de 14 de novembro de 2017. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/files/atos_administrativos/provimento-n63-14-11-2017-corregedoria.pdf>. Acesso em: 20 abr 2021.

BRUSCHINI, Cristina. Uma abordagem sociológica de família. Revista Brasileira de Estudos da População. Vol 6, N1, p. 1-23. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/dezembro2013/sociologia_artigos/bruschini_artigo.pdf.

Camarano, Ana Amélia. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. Disponível em: https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/2091/1/TD_858.pdf. Acesso em: 12 jan 2024.

CALDERÓN, Ricardo Lucas. Reflexos da decisão do STF de acolher socioafetividade e multiparentalidade. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2016-set-25/processo-familiar-reflexos-decisao-stf-acolher-socioafetividade-multiparentalidade. Acesso em: 10 abr 2019.

CARVALHO, Angelita Alves de. TOMAS, Maria Carolina. WAJNMAN, Simone.

Quem são as famílias reconstituídas no Brasil? Uma análise a partir do censo de 2010. Revista do departamento de ciências sociais – PUC MINAS – V. 2, N. 1, p. 57-72, 2019.

CASSETTARI, Christiano. Multiparentalidade e parentalidade socioafetiva: efeitos jurídicos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

COBO, Barbara; SABÓIA, Ana Lúcia. Famílias rurais: tipologia, composição da força de trabalho e outros aspectos socioeconômicos. Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambu – MG – Brasil, de 20-24 de Setembro de 2004. Disponível em: http://www.abep.org.br/~abeporgb/publicacoes/index.php/anais/article/viewFile/1405/1370. Acesso em: 10 jan. 2023.

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: direito de família.11ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. v. 5.

FAGAN, Jay; SCHOPPE-SULLIVAN, Sarah. The evolution of fathering research in the 21st century: Persistent challenges, new directions. Journal of Marriage and Family, v. 82, p. 175–197, 2020. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/jomf.12645. Acesso em: 05 abr. 2021.

GROSMAN, Cecilia; MARTÍNEZ ALCORTA, Irene. Famílias Ensambladas. Buenos Aires: Universidad, 2000. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/psa-59793. Acesso em: 25 abr. 2023.

GUIMARÃES, Rosamélia Ferreira. Os recasados nas famílias reconstituídas. Tese (Doutorado em Serviço Social) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1998. 170f.

IBDFAM. Multiparentalidade: uma análise entre o reconhecimento e seus efeitos no âmbito do direito da família. Disponível em: https://ibdfam.org.br/index.php/artigos/1634/Multiparentalidade:+uma+an%C3%A1lise+entre+o+reconhecimento+e+seus+efeitos+no+%C3%A2mbito+do+direito+da+fam%C3%ADlia. Acesso em: 25 out. 2021.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2016. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv98965.pdf. Acesso em: 29 set. 2021.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE . Analfabetismo cai em 2017, mas segue acima da meta para 2015. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Disponível em:

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/21255-analfabetismo-cai-em-2017-mas-segue-acima-da-meta-para-2015. Acesso em: 14 nov. 2021.

IVANOVA, Katya; HORNSTRA, Maaike; KALMIJN, Matthijs. Fatherhood in complex families: Ties between adult children, biological fathers, and stepfathers. Journal of Marriage and Family, v. 82, p. 1637–1654, 2020. Disponível em: https://on-linelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/jomf.12679. Acesso em: 26 abr. 2021.

KOSTER, Tara; POORTMAN, Anne Rigt; LIPPE, Tanja Van Der; KLEINGELD Pauline. Parenting in postdivorce families: The influence of residence, repartnering, and gender. Journal of Marriage and Family, v. 83, p. 498–515, 2021. Disponível em: https://on-linelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/jomf.12740. Acesso em: 15 abr. 2021.

LOPES, Ewellyne Suely de Lima; NERI, Anita Liberalesso; PARK, Margareth Brandini. Ser avós ou ser pais: os papéis dos avós na sociedade contemporânea. Textos sobre Envelhecimento, v. 8, n.2, p. 239-253, 2005.

MARCONDES, Glaucia dos Santos. Refazendo famílias: as trajetórias familiares dos homens recasados. 2008. Tese (Doutorado em Demografia) – Departamento de Demografia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.

MARCONDES, Glaucia dos Santos. Segundas nupcias: redefinición de los vínculos amorosos y de crianza. Estudios demográficos y urbanos, v. 24, n. 2, p. 323-349, 2009.

MIRANDA, Gabriella Morais Duarte; MENDES, Antonio da Cruz Gouveia; SILVA, Ana Lucia Andrade da. O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbgg/a/MT7nmJPPRt9W8vndq8dpzDP/?format=pdf&lang=pt> Acesso em: 17 nov 2023.

PRASAD, Pushkala. Structuration and Praxeology: Transcending Dualism Within Frameworks of Power. In: PRASAD, P. Crafting Qualitative Research: Working in the postpositivist traditions. New York: M.E.Sharpe, 2005. p. 183-209.

PYLYSER, Charlotte; MOL, Jan De; LOEYS, Tom and BUYSSE Ann. Father reflections on doing family in stepfamilies. Family Relations, v. 68, ed. 4, p. 500-511, 2019. Disponível em: https://apps-webofknowledge.ez35.periodicos.capes.gov.br/full_record.do?product=WOS&search_mode=GeneralSearch&qid=1&SID=5DReJhrjUVi3fAIASWl&page=1&doc=1. Acesso em: 01 abr. 2021.

RATTI, Alhethea; PEREIRA, Maria Thereza Férrer; CENTA, Maria de Lourdes. A relevância da cultura no cuidado às famílias. Família, Saúde e Desenvolvimento. Curitiba, v.7, n.1, p.60-68, jan./abr. 2005. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/fsd.v7i1.8054. Acesso em 19 Out. 2022.

STOPA, Sheila Rizzato; SZWARCWLD, Célia Landmann; OLIVEIRA, Max Moura de; GOUVEA, Ellen de Cassia Dutra Pozzetti; VIEIRA, Maria Lúcia França Pontes; FREITAS, Marcos Paulo Soares de; SARDINHA, Luciana Monteiro Vasconcelos; MACÁRIO, Eduardo Marques. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: histórico, métodos e perspectivas. Epidemiologia e Serviços de Saúde. Brasília, v. 29, n. 5, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1679-49742020000500004. Acesso em 29 Out. 2023.

WAJNMAN, Simone. Demografia das famílias e dos domicílios brasileiros. 2012. Tese defendida em concurso para Professor Titular da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Belo Horizonte, 2012.

YERKES, Mara; SANI, Giulia Maria Dotti; SOLERA, Cristina. Attitudes Toward Parenthood, Partnership, and Social Rights for Diverse Families: Evidence From a Pilot Study in Five Countries. Journal of Homosexuality, v. 65, n. 1, p. 80–99, 2018. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/00918369.2017.1310507. Acesso em: 08 abr. 2021.

Downloads

Publicado

2025-02-05

Como Citar

Marcone Mardoqueu Silva Santos, Mary Anne Nascimento Souza, & Angelita Alves de Carvalho. (2025). Múltiplas parentalidades: um olhar para as famílias brasileiras em 2019. Oikos: Família E Sociedade Em Debate, 36(1). https://doi.org/10.31423/oikos.v36i1.20144

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)