Violência e gênero no meio universitário: estilo de vida, características pessoais e probabilidade de vitimização
DOI:
https://doi.org/10.31423/oikos.v32i2.9445Palavras-chave:
Violência contra a mulher , Teoria da vitimização, Meio universitárioResumo
A violência contra a mulher apesar de não ser fenômeno recente, tem sua discussão em voga especialmente nas últimas décadas, quando da criação de leis e estudos específicos sobre o tema. Ela pode se manifestar de diferentes formas e é reproduzida também no ambiente universitário, dada sua expansão e representação da sociedade. No intuito de contribuir com este debate, o presente trabalho busca observar de que forma se perpetua a violência contra as estudantes de uma Universidade pública do interior de Minas Gerais. A análise tem como referência as teorias da vitimização e busca verificar se existe alguma relação entre as características da vítima e do ambiente social com o tipo de violência sofrida. Com a utilização de dados obtidos com a instituição, estima-se as probabilidades de sofrer violência a partir de um modelo probit binário. Complementarmente, utiliza-se um modelo bivariado para observar essa relação desagregada em violências objetivas e subjetivas. Os resultados da pesquisa – teóricos e empíricos -, mostram que algumas características individuais que aumentam a probabilidade de vitimização (o que, em hipótese alguma, sugere a culpabilização da vítima).
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