Cidade, cultura e acessibilidade: notas iniciais da relação entre cidades educadoras e direitos humanos
DOI:
https://doi.org/10.31423/oikos.v31i2.9893Palavras-chave:
Direito à cidade, Acessibilidade, Cultura, Cidades educadorasResumo
Ao considerar as premissas das cidades educadoras e dos direitos humanos, buscamos refletir sobre como as cidades podem ser vetores educacionais a ampla gama populacional, independente de suas características antropométricas, sensoriais, cognitivas, etárias etc. Para isso, entendemos que os preceitos do direito à cidade, da acessibilidade integral e do design universal são fundamentais para possibilitar que cidadãos realmente incluídos na dinâmica citadina possam vivenciar sua cidade, auxiliar a construí-la e aprender e ensinar constantemente com esse processo de vivência de seu território, de sua cultura, de sua identidade. É objetivo deste artigo problematizar em que medida a acessibilidade plena às pessoas com deficiência aos espaços citadinos, principalmente aos espaços culturais, contribui para uma educação holística de ampla gama populacional possibilitada pela troca de experiências e conhecimentos entre pessoas distintas e entre ambientes diversos, reafirmando seus direitos humanos pela possibilidade de vivenciar seu direito à cidade. Para isso, foram realizadas pesquisas bibliográficas e documentais com análise crítica das mesmas. A retroalimentação entre acessibilidade, direito à cidade e cidade educadora se dá na construção diária e cotidiana de vidas dignas, de subjetividades possíveis, de diversidades respeitadas, vozes ouvidas e demandas alcançadas.
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