Diálogos entre Hannah Arendt e Bernard Charlot
Entre o espaço de Experiência e o horizonte de expectativas
Resumo
O presente texto tem por objetivo identificar como Hannah Arendt e Bernard Charlot relacionam espaço de experiência e horizonte de expectativas buscando elaborar uma narrativa entre a barbárie, nos termos de Arendt – advinda a partir do ineditismo dos campos de extermínio – e a neobarbárie, expressa pelo pós-humanismo, nos termos de Charlot, de modo a localizar os papéis da educação. Existe barbárie em qualquer situação, encontro ou relação entre humanos na qual um nega a humanidade do outro. Aquele que nega a humanidade do outro desconstrói o vínculo de pertencimento a um mundo comum, se colocando, a si mesmo, fora da humanidade. Charlot parte do princípio de que se acreditava que a barbárie recuava no mundo, sobretudo, graças à educação. Da desumanidade das fábricas de morte ao abandono sem referências, onde não se sabe muito bem por que vale a pena ser um ser humano – de modo a fantasiar tornar-se um ciborgue e dar lugar a pós-humanos –, quais papéis têm a educação? Apesar de não existirem, em Arendt e Charlot, prescrições acerca do que pensar ou de qual verdade defender, suas perspectivas oferecem caminhos para experienciar possibilidades novas, que dizem respeito à capacidade de pensar a partir do ponto de vista do outro, em Arendt, e a reintrodução da questão do Homem, no debate sobre educação, pensando uma antropopedagogia contemporânea, em Charlot.
Palavras-chave: Educação. Hannah Arendt. Bernard Charlot. Barbárie. Pós-humanismo.