A formação em enfermagem e o trabalho em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal:
uma revisão de literatura a partir da perspectiva ergológica
DOI:
https://doi.org/10.47328/rpv.v12i3.16080Palavras-chave:
Enfermagem, Ergologia , FormaçãoResumo
Esse artigo buscou compreender as contribuições da abordagem ergológica para a formação e o trabalho da enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada a partir da busca por publicações científicas indexadas nas bases de dados virtuais da Biblioteca Virtual em Saúde - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Lilacs), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem online (Medline) e banco de dados da PubMed. Os seguintes descritores foram utilizados: “Terapia Intensiva Neonatal”, “enfermagem”, “ergologia”, “normas antecedentes” e “dramáticas dos usos de si”. Ao final das buscas, seis artigos atenderam aos critérios de elegibilidade e foram selecionados para compor o estudo. Diante dos achados, percebeu-se que os profissionais de enfermagem estão inseridos em um meio complexo, no qual convivem com situações que extrapolam os problemas clínicos, muitas vezes distintos e contraditórios, sendo necessária uma gestão das dramáticas dos usos de si por si e pelos outros. Apesar das condições muitas vezes desfavoráveis, os trabalhadores em enfermagem renormatizam para corresponderem às necessidades do meio sempre infiel e manutenção da saúde. Este estudo corrobora para se compreender as contribuições da ergologia para a formação e o trabalho da enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Foi apontado ainda que há, sobretudo, que se intensificar e aprofundar os estudos sobre a formação e o trabalho desses profissionais que atuam nestas unidades para enfrentar os riscos aos quais se submetem cotidianamente, considerando as peculiaridades e fragilidades da clientela que depende desse serviço.
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