Corporeidade criança na aprendizagem: Uma perspectiva fenomenológica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47328/rpv.v12i3.16322

Palavras-chave:

Corporeidade, Corpo, Criança

Resumo

Entendemos que as discussões sobre corpo, criança e infância carecem de reflexões mais sensíveis no que tange o contexto escolar. Com uma abordagem qualitativa descritiva e enfoque fenomenológico, pretendemos compreender como é o entendimento da corporeidade criança na aprendizagem a partir da perspectiva de docentes atuantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os/As participantes responderam duas perguntas: “Como a criança aprende?” e “Que é corpo-criança na aprendizagem?”. Os resultados foram interpretados por meio da Técnica de Elaboração e Interpretação de Unidades Significados (U.S.). Elencamos aqui as U.S. e seus percentuais de ocorrência com relação à primeira pergunta: “Experimentando” (63%); “Motivação e Necessidade” (54%); “A pergunta gera reflexões sobre criança e educação” (54%); “Construindo seu aprendizado” (45%); “Estímulos e mediações” (45%); “O aprendizado é multifacetado” (27%). Já com relação ao segundo questionamento, obtivemos as seguintes U.S.: “Reflexões sobre criança e educação” (72%); “Ser integral” (54%); “Expressão e existência” (54%); “Primeiro contato com o termo” (27%); “O termo desperta atenção” (27%); “É o corpo” (27%); “Corporeidade” (9%), “Não sei” (9%). A partir dos resultados encontrados nas respostas dos/as docentes verificamos que a criança aprende vivendo na plenitude das suas experiências e o seu aprendizado é processado pelo corpo de forma integral e não apenas na mente. Buscar pelo entendimento de que a mente e o corpo não se separam pode nos guiar, e esta é a nossa perspectiva, em direção a uma aprendizagem mais humana e sensível que evidencie a corporeidade criança no ambiente escolar.

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Publicado

08-12-2023

Como Citar

JESUS MARTINS, R. G. de; MOREIRA, W. W.; SOBREIRA, V. Corporeidade criança na aprendizagem: Uma perspectiva fenomenológica. Revista Ponto de Vista, [S. l.], v. 12, n. 3, p. 01–20, 2023. DOI: 10.47328/rpv.v12i3.16322. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/RPV/article/view/16322. Acesso em: 9 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos