Ensino médio e educação inclusiva:

as percepções de professores de biologia sobre o uso de modelos didáticos como ferramentas educativas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47328/rpv.v12i3.16540

Palavras-chave:

Educação Especial, Inclusão, Didática, Ferramentas Pedagógicas

Resumo

Diante do Novo Ensino Médio surgiram importantes propostas de mudanças educacionais no percurso formativo dos educandos, cujo objetivo é influenciar seus projetos de vida, melhorar suas capacidades de escolha, planejamento futuro e desenvolvimento de aptidões emocionais, sociais, políticas e cognoscitivas. Destacamos a importância do profissional da educação ter flexibilidade e autonomia para explorar novas perspectivas, e assim, desenvolver estratégias de acessibilidade pedagógica que visem facilitar e favorecer o trabalho didático frente às necessidades educacionais de alunos. Nesse contexto, o presente estudo objetivou analisar a percepção de quatro professores de Biologia do Centro Estadual de Educação Profissional do Chocolate Nelson Schaun, Ilhéus-BA, acerca do uso de modelos didáticos como ferramentas da Educação Inclusiva. Ocorreu a aplicação de um questionário dividido em 3 blocos: i. Formação e tempo de trabalho, ii. Capacitação na área de Educação Especial e iii. Práticas pedagógicas, de novembro a dezembro de 2022. Diante dos resultados, foi possível analisar a percepção dos professores sobre o uso dos modelos didáticos na promoção da inclusão de alunos com deficiência no sistema regular de educação, assim como a eficácia desses modelos durante as aulas de Biologia. Concluiu-se que nossos colaboradores concordaram que o uso de modelos didáticos como estratégia pedagógica favorece a Educação Inclusiva, e apoiaram seu uso durante o processo de ensino-aprendizagem. As análises demonstraram a necessidade de uma formação adequada para a promoção da Educação Inclusiva, tanto que provoque a reflexão dos profissionais sobre a importância da temática, quanto que favoreça a aprendizagem dos alunos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Emerson Antônio Rocha Melo de Lucena, Universidade Estadual de Santa Cruz

possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba (1995), mestrado em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Pernambuco (1998) e doutorado em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Pernambuco (2007). Atualmente é Professor Titular do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Santa Cruz. Exerceu a função de Vice Coordenador do Curso de Biologia modalidade a Distância na UESC, atuando como Coordenador do Curso durante 4 meses. Foi Coordenador Pedagógico do Curso de Especialização em Agroecologia Aplicada a Agricultura Familiar - Residência Agrária. Participou da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Santa Cruz (ADUSC), de 2011 a 2013 como Tesoureiro e de 2013 a 2015 como Presidente. Atualmente é representante da UESC no Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental (CIEA) e foi representante no processo de construção do Programa de Educação Ambiental da Bahia (PEA-BA). Coordenou o PIBID da área de Biologia pela UESC de Agosto de 2018 a fevereiro de 2020. Foi Coordenador da Área de Ensino de Biologia de janeiro de 2020 a janeiro de 2021. Atualmente ocupa o cargo Administrativo de Coordenador de Integração Comunitária (COINC), na PROEX/UESC. Foi Coordenador Geral do Programa Universidade Para Todos (UESC), de Março a novembro de 2020. Ministra as disciplinas de Educação Ambiental, Estágio Curricular Supervisionado de Ensino de Biologia e Módulos Interdisciplinares. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Etnobotânica, Biologia Floral e Taxonomia de Cactaceae, bem como na área de Ensino de Biologia, atuando principalmente nos seguintes temas: biologia floral, taxonomia, etnobotânica, Cactaceae e Educação Ambiental.

Referências

AGUIAR, L. C. C. Modelos biológicos tridimensionais em porcelana fria – alternativa para a con-fecção de recursos didáticos de baixo custo. In: Anais II Encontro Regional de Ensino de Biologia, Niterói, 2003, p. 318-321.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução Luís Antero Reto, Augusto Pinheiro. São Paulo: Edi-ções 70, 2016.

BRASIL. Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988.

BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF.

BRASIL. Lei n. 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília, 2001.

BRASIL. Lei 10.436 de 2002. Dispõe MEC/SEESP, sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 2002.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 2.678, de 24 de setembro de 2002.

BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasí-lia: MEC/SEESP, 2008.

BRASIL. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção Dos Direitos da Pessoa Com Transtorno do Espectro Autista.

BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiên-cia (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, 2015.

BRASIL. Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017. Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB. 2017.

BRASIL. Lei nº 14.254, de 30 de novembro de 2021. Dispõe sobre o acompanhamento integral para educandos com dislexia ou Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou outro transtorno de aprendizagem.

CAMARGO, E. P. Inclusão e necessidade educacional especial: compreendendo identidade e diferença por meio do ensino de física e da deficiência visual. São Paulo: Livraria da Física, 2016.

CARDOSO, N. S.; CASTRO, M. M. M.; SILVA, J. R. F. A busca de novas

ferramentas para a atividade docente no ensino de embriologia e histologia: modelos tridimensionais. In: Anais Encontro Nacional de Biólogos, Natal, pp. 151-152, 2003

CERQUEIRA, J.B.; FERREIRA, E.M.B. Os recursos didáticos na Educação Especial. Revista Benjamin Constant, Rio de Janeiro, n. 5, pp. 15-20, 1996.

CORREIA, L. M. Inclusão e necessidades educativas especiais: um guia para educadores e pro-fessores. 2 ed. Porto: Porto Editora, 2008

CROZARA, T. F.; SAMPAIO, A. de A. M. Construção de material didático tátil e o ensino de geo-grafia na perspectiva da inclusão. In: Anais VIII Encontro Interno XII Seminário de Iniciação Cien-tífica da UFU, Minas Gerais, pp.1- 7, 2008

ELIAS, F. G. M.; SIQUEIRA, P. A.; SANTOS, M. L. Aplicação e avaliação de modelos didáticos: uma proposta para o ensino de célula no ensino fundamental. In: Anais III Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UEG, Pinerópolis, v. 3, 2016.

EVANGELISTA, C. S.; BARROS, M. A. M. Produção de modelos didáticos: uma possibilidade facilitadora no ensino de botânica. Revista Vivência em Ensino de Ciências, Recife, v. 2, n. 1, pp. 69-35, 2018.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

GLAT, R.; PLETSCH M, D. Orientação familiar como estratégia facilitadora do desenvolvimento e inclusão de pessoas com necessidades especiais. Revista Educação Especial, n. 24, pp. 33-40, 2004.

GOFFREDO, V. F. S. Integração ou segregação? O discurso e a prática das escolas públicas da rede oficial do município do Rio de Janeiro. Revista Integração, v. 4, n. 10, pp. 127-128, 1992.

GUIMARÃES, E. M.; FERREIRA, L. B. M. O uso de modelos na formação de professores de Ci-ências. In: Anais 2º encontro regional sul de ensino de biologia e 3ª jornada de licenciatura em ci-ências biológicas, UFSC, Florianópolis, nov., 2006.

JUSTI, R. La enseñanza de ciencias basada en la elaboración de modelos. Enseñanza de las Cien-cias, v. 24, n. 2, pp. 173–184, 2006.

JUSTINA, L. A. D.; FERLA, M. R. A utilização de modelos didáticos no ensino de Genética – exemplo de representação de compactação do DNA eucarioto. Arquivo Mudi, v. 10, n. 2, pp.35-40, 2006.

KIEREPKA, J. S. N.; GÜLLICH, R. I. C., HERMEL, E. E. S. O ensino da biologia celular por meio da confecção de modelos didáticos. In: III Congresso Internacional de Educação Científica e Tecnologia, URI, Rio Grande do Sul (Pôster), jun., 2015.

LABURÚ, C. E.; ARRUDA, S. M.; NARDI, R. Pluralismo metodológico no ensino de ciências. Ciência e Educação, Bauru: v. 9, n. 2, pp. 247-260, 2003.

MANTOAN, M. T. E. A integração de pessoas com deficiência: contribuição para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, SENAC, 1997.

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? 1 ed. São Paulo: Moderna, 2003.

MANZINE.E. F. Quais as expectativas com relação à inclusão escolar do ponto de vista do educa-dor?. Temas sobre desenvolvimento, v. 7, n. 42, p. 52-54, 1999.

MENDES, E. G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 33, pp. 387-405, 2006.

MENDONÇA, C. O.; SANTOS, M. W. O. Modelos didáticos para o ensino de ciências e biologia: aparelho reprodutor feminino da fecundação a anidação. In: Anais V Colóquio Internacional: Edu-cação e Contemporaneidade, UFS, Aracaju, p. 11, 2011.

MITTLER, P. Working towards inclusion education: social contexts. London: David Fulton Pub-lishers Ltd., 2000.

MOREIRA, M. A inclusão do deficiente auditivo usuário de implante coclear: um olhar familiar à luz da legislação. Construindo o Serviço Social, n. 16, pp. 59-87, 2006.

ORLANDO, T. C. et al. Planejamento, montagem e aplicação de modelos didáticos para abordagem de Biologia Celular e Molecular no Ensino Médio por graduandos de Ciências Biológicas. Revista de Ensino de Bioquímica, v. 7, n. 1, p. 1-17, 2009.

PÉREZ, F. F. G. Los modelos didácticos como instrumento de análisis y de intervención en la rea-lidad educativa. Biblio 3W - Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales, Barcelona, n. 207, p. 1-12, fev., 2000.

PIAGET, J. Psicologia da inteligência. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

PIAGET, J. A Formação do Símbolo na criança. São Paulo: LTC, 1990.

PIMENTEL, S. C. Formação de professores para a inclusão: saberes necessários e percursos forma-tivos. In: MIRANDA, T. G.; FILHO. T. A. G. (Org.): Formação, práticas e lugares. Salvador: EDUFBA, 2012.

SÁ, E. D. de; CAMPOS, I. M. de; SILVA, M. B. C. Atendimento Educacional Especializado. Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional Especializado. Brasília: SEESP / SEED / MEC, 2007.

SADALLA, A. M. Com a palavra a professora: suas crenças, suas ações. 1997. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 1997.

SANTOS, A. F.; BARAÚNA, S. M. In: NOVAIS, G.S.; CICILLINI, G. A. (Org.). Formação docente e práticas pedagógicas: olhares que se entrelaçam. Horizonte: FAPEMIG, 2010.

SANTOS, S. V. C. A.; BARBOSA, J. S. L.; SOUZA, R. C. S. A importância dos recursos tecnoló-gicos na prática docente. In: SOUZA, R. C. S.; BARBOZA, J. S. L. (Org.). Educação inclusiva, tecnologia e tecnologia assistiva. Aracaju: Criação, 2013. pp. 249-271.

SETUBAL, M. A. Com a palavra. Consulex, ano XVI, n. 382, pp. 1-8, dez., 2012.

UNESCO. Declaração de Salamanca sobre princípios, política e práticas na área das necessidades educativas especiais. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, Brasília, 1994. Disponível em: https://portal.mec.gov.br. Acesso: 10 jan. 2023.

ZANATA, C.; TREVISO, V. C. Inclusão escolar: conquistas e desafios. Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, São Paulo, v. 3, n. 1, pp. 15-30, 2016.

Downloads

Publicado

16-12-2023

Como Citar

GOMEZ PEREIRA, M.; NEVES DE MOURA, C.; ROCHA MELO DE LUCENA, E. A.; MENEZES SANTANA, S. Ensino médio e educação inclusiva: : as percepções de professores de biologia sobre o uso de modelos didáticos como ferramentas educativas. Revista Ponto de Vista, [S. l.], v. 12, n. 3, p. 01–20, 2023. DOI: 10.47328/rpv.v12i3.16540. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/RPV/article/view/16540. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos