Literatura e jogos digitais em sala de aula

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47328/rpv.v13i3.18829

Palavras-chave:

Literatura, jogos digitais, Letramento

Resumo

A literatura, historicamente, esteve vinculada às camadas mais elitizadas da população, pois, além de exigir o domínio da escrita e da leitura, ainda exigia o acesso a um bem cultural caro, como o livro. Entretanto, o advento da internet permitiu a ampliação do acesso à essa arte para uma parcela maior da sociedade, ao possibilitar que qualquer pessoa com um equipamento tecnológico acessasse e produzisse diferentes conteúdos literários nas telas dos dispositivos. Destarte, a literatura clássica pode, hoje, ser ressignificada, seja pela sua nova forma de ser veiculada em e-books, seja pela fusão de diferentes semioses para a produção da sua narrativa, a exemplo do que acontece com os jogos digitais desenvolvidos a partir de textos literários. Assim, adaptamos a obra “Restos de Carnaval", de Clarice Lispector, através do software Scratch, para programação em blocos, e de aplicativos gratuitos de desenhos, como o Ibis Paint X. Nesse contexto, a narrativa pôde ser adaptada ao jogo digital por ambos terem elementos comuns, como enredo e conflito. Contudo, em um cenário pedagógico, é justamente pelo fato de o jogo proporcionar uma interação mais imersiva do que a literatura, que possibilita o aluno ser o autor fundamental no desenvolver desse enredo, já que, ao instigar o interesse do aluno, o leitor/jogador se interessa por participar, efetivamente, da construção da trama. Desse modo, este trabalho demonstra como os jogos podem funcionar como uma ferramenta que, além de sua ludicidade (e também por causa dela), potencializa a inserção dos textos literários em sala de aula.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sílvio Rodrigo de Moura Rocha, UFV/ Florestal

Professor da Central de Ensino e Desenvolvimento Agrário de Florestal (Cedaf), escola técnica vinculada à Universidade Federal de Viçosa (UFV) Campus Florestal. Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). https://orcid.org/0000-0003-2164-5257, E-mail: silviorocha@ufv.br

Maria Clara Oliveira Silva, Central de Ensino e Desenvolvimento Agrário de Florestal (Cedaf)

Estudante do Curso Técnico em Eletrônica Integrado ao Ensino Médio da Cedaf.

Referências

BRASIL, L. Escrever ficção: um manual de criação literária. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

CANDIDO, A. O direito à literatura. In: LIMA, Aldo (org); et al. O direito à literatura. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2012.

COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006.

CRAWFORD, C. (1982). The Art of Digital Game Design. Washington State University, Van-couver, 1982.

GOMES, Renata Correia Lima Ferreira. O design da narrativa como simulação imersiva. In: A. Lemos; C. Berger; M. Barbosa,(eds). Livro da XIV Compós 2005: Narrativas Midiáticas Con-temporâneas. Porto Alegre: Sulina, pp. 69-81

HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ª. ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.

KAFAI, Y. B.; RESNICK, M. (Ed.). Constructionism in Practice: Designing, Thinking, and Learning in A Digital World. 1. ed. Londres: Routledge, 1996.

KELLEY, D. The Art of Reasoning. New York: W. W. Norton, 1988.

INSTITUTO PRÓ-LIVRO. Retratos da Leitura no Brasil. 5ª ed. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.prolivro.org.br/5a-edicao-de-retratos-da-leitura-no-brasil-2/a-pesquisa-5a-edicao/. Acesso em: 23 jul. 2024.

PAPERT, S. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artmed, 2007.

PRENSKY, M. Aprendizagem baseada em jogos digitais. São Paulo: Senac, 2012.

WILLIANS, R. Manual de animação: manual de métodos, princípios e fórmulas para animadores clássicos, de computador, de jogos, de Stop motion e de internet. 1. ed. São Paulo: Senac, 2016.

Downloads

Publicado

01-09-2024

Como Citar

ROCHA, S. R. de M.; OLIVEIRA SILVA, M. C. Literatura e jogos digitais em sala de aula. Revista Ponto de Vista, [S. l.], v. 13, n. 3, p. 01–11, 2024. DOI: 10.47328/rpv.v13i3.18829. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/RPV/article/view/18829. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Iniciação Científica