O ensino da literatura negro-brasileira:
decolonialidade e as relações de poder e resistência no currículo
DOI:
https://doi.org/10.47328/rpv.v13i3.19124Palavras-chave:
Currículo, Decolonialidade, EnsinoResumo
O presente estudo de cunho qualitativo trata-se de algumas considerações teóricas-metodológica sobre o ensino da literatura negro-brasileira na perspectiva de uma educação decolonial e antirracista. Para isso, a pesquisa tem por objetivo compreender como o ensino da literatura negro-brasileira, na perspectiva da decolonialidade, se apresenta como um contraponto das relações de poder e resistência no currículo, a fim de construir subjetividades outras e formas de reexistência. Aborda-se, ainda, o ensino da literatura negro-brasileira e a discussão étnico-racial na escola e a decolonialidade como mecanismo de resistência na construção de um currículo que contemple a perspectiva da diferença, levando em consideração os apontamentos teóricos de Munanga (2005), Gomes (2012), Silva (1999), Moreira e Candau (2008), Walsh (2009), Dalcastagnè (2012), Cuti (2010), Paraíso (2015) e outros. Além disso, tece alguns apontamentos sobre o poema Vozes-Mulheres, escrito pela autora negra Conceição Evaristo, apresentando as relações de resistência da literatura negro-brasileira.
Downloads
Referências
ALMEIDA, S. L. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
ALVES, M. Brasil Afro autorrevelado: Literatura Brasileira contemporânea. Belo Horizonte: Nandyala, 2010.
ARROYO, M. G. Outros Sujeitos, Outras Pedagogias. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
CANDAU, V. M. F; OLIVEIRA, L. F. Pedagogia Decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista (UFMG. Impresso), Belo Horizonte, v. 26, p. 15-40, 2010.
DIONÍSIO, D. Ancestralidade Bantu na literatura Afro-brasileira: reflexões sobre o romance Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo. Belo Horizonte: Nandyala, 2013.
EVARISTO, C. Poemas da recordação e outros movimentos. 3. ed. Rio de Janeiro: Malê, 2017.
EVARISTO, C. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. Literatura Scripta, Belo Horizonte, v. 13, n. 25, p. 17-31, 2009.
EVARISTO, C. Literatura negra: uma voz quilombola na literatura brasileira. In: PEREIRA, Edmilson de Almeida. (Org.). Um tigre na floresta dos signos: Estudos sobre poesia e demandas sociais no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2010, p. 132-144.
FOUCAULT, M.. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, Hubert L.; RABINOW, Paul. Michel Foucault: uma trajetória filosófica. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. 26. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
FOUCAULT, M.. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 42. ed., 2014.
FOUCAULT, M. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GOODSON, I. F. Currículo: teoria e história. Petrópolis, RJ: Vozes, 2. ed. 1998.
GOMES, N. L.; BERNARDINO, J.; MALDONADO-TORRES, N.; GROSFOGUEL, R. O Movimento Negro e a intelectualidade negra descolonizando os currículos. In: Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico, 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.
GOMES, N. L. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem fronteiras, v. 12, n. 1, p. 98-109, 2012.
GOMES, N. L. Indagações sobre currículo: diversidade e currículo. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.
LIMA, M. B.; TRINDADE, A. L. Africanidades, currículo e formação docente: desafios e possibilidades. In: MELO, M. R..; LIMA, M. B.; LOPES, E. T. Identidades e alteridades: debates e práticas a partir do cotidiano escolar. São Cristóvão: Editora UFS, 2009.
MALDONADO-TORRES, N. Transdisciplinaridade e decolonialidade. Revista Sociedade e Estado, [s.l.], v. 31, n.1, p. 75-97, 2016.
MOREIRA, A. F.; CANDAU, V. M. F. Multiculturalismo e educação: desafios para a prática pedagógica. Multiculturalismo, Diferenças Culturais e Práticas Pedagógicas. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 13-37.
MOTA NETO, J. C. Por uma Pedagogia Decolonial na América Latina: reflexões em torno do pensamento de Paulo Freire e Orlando Fals Borda. Curitiba: CRV, 2016.
MUNANGA, K. Superando o racismo na escola. Brasília: MEC/SECAD, 2005.
SILVA, A. R. S. SILVA, R. S. A história do negro na educação: entre fatos, ações e desafios. In: Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade. Salvador, v. 14, n. 24. p. 193-204, jul./dez. 2005.
SILVA, T. T. Documentos e identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
SILVA, L. (Cuti). Literatura negro-brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2010.
PARAÍSO, M. Um currículo entre formas e forças. Educação (PUCRS. Impresso), v. 38, p. 49-58, 2015.
WALSH, C. Interculturalidade crítica e pedagogia decolonial: insurgir, re-existir e re-viver. In: CANDAU, V. M. (Org.). Educação intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009. p. 12-43.
WALSH, C. Interculturalidade e decolonialidade do poder um pensamento e posicionamento "Outro" a partir da Diferença Colonial. Revista Eletrônica da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas, v. 05, n. 1, p. 06-39, 2019.
WALSH, C. Introducción. Lo pedagógico y lo decolonial: Entretejiendo caminos. In: Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistor, (re) existir y (re)vivir, Tomo I. Quito: Abya-Yala, 2013, p. 23-68.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Ponto de Vista
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
POLITICA DE ACESSO LIVRE
A revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o principio de disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público e proporcionar a democratização do conhecimento.
A Revista se reserva o direito de efetuar nos originais alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.