Ascensão e retrocesso das políticas públicas LGBTQIA+ no Brasil sob a ótica das organizações da sociedade civil
DOI:
https://doi.org/10.31423/oikos.v36i2.18701Palavras-chave:
políticas públicas, LGBTQIA, Organizações da Sociedade CívilResumo
O início dos anos 2000 foi marcado pela ascensão das primeiras políticas públicas específicas voltadas à população LGBTQIA+ no Brasil, demandadas e executadas por Organizações da Sociedade Civil (OSC). O artigo teve como objetivo compreender como essas políticas têm se configurado desde o Programa Brasil Sem Homofobia, de 2004, até 2021, mediante discurso de OSCs. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com doze representantes de OSCs LGBTQIA+, posteriormente analisadas com a análise do discurso. Os resultados indicam que essas políticas eram percebidas como promissoras uma vez que previam ações em diversas áreas. Contudo, a partir de 2010, o recrudescimento do conservadorismo impactou na efetividade de tais políticas, fazendo-as passarem por um processo de sucateamento, suscitando um cenário de explícito fechamento para as demandas LGBTQIA+ no governo que se inicia em 2019.
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