DISPOSIÇÃO ESPACIAL DO INTÉRPRETE E TRADUTOR DE LIBRAS-LÍNGUA PORTUGUESA EDUCACIONAL NO ENSINO SUPERIOR SOB A PERSPECTIVA DO ESTUDANTE SURDO
Resumo
O intérprete e/ou tradutor de Libras-Língua Portuguesa educacional (ITLSPE) é um agente indispensável ao processo de ensino e aprendizagem de estudantes surdos. Contudo, não possui, necessariamente, ações e atribuições de docência, mas age em torno da aproximação e interação visual e espacial em relação aos outros membros nesse ambiente. Crendo que o posicionamento dos ITLSPEs em sala de aula contribui para a significação das informações aos surdos, engendramos uma pesquisa de caráter qualitativo, objetivando conhecer o olhar do estudante surdo para a (nova) estruturação e disposição espacial que as aulas têm tomado. Segundo ele, a proximidade física do ITLSPE com o professor possibilita que tenha maior contato visual com os docentes e perceba maior articulação do conteúdo aos materiais utilizados. Constatamos que o posicionamento em sala de aula pode se materializar como uma das estratégias interpretativas capaz de outorgar significação ao discurso por uma categoria verbal-visual.Downloads
Referências
ALBRES, N. A. Intérprete Educacional: políticas e práticas em sala de aula inclusiva. São Paulo: Harmonia, p.144, 2015.
ALBRES, N. A. Produção de teses que abordam o intérprete educacional no Brasil. In: V Congresso Nacional de Pesquisa em Tradução e Interpretação de Libras e Língua Portuguesa, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, p.1-14, 2016.
ALBRES, N. A.; LACERDA, C. B. F. Interpretação educacional como campo de pesquisa:
estudo bibliométrico de publicações internacionais e suas marcas no campo nacional. Cadernos de Tradução, v.1, n.31, p.179-204, 2013.
ALBRES, N. A.; RODRIGUES, C. H. As funções do intérprete educacional: entre práticas sociais e políticas educacionais. Revista Bakhtiniana, v.13 n.3, p.15-41, 2018.
ARAÚJO, J. R. O papel o intérprete de Libras no contexto da educação inclusiva: problematizando a política e a prática. Dissertação de mestrado em Educação, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, p.122, 2011.
BERNARDINO, E. L. O uso de classificadores na Língua de Sinais Brasileira. Revista Virtual de Estudos da Linguagem, v.10, n.19, p.250-280, 2012.
BRASIL. Lei 13.005. Dispõe sobre o Plano Nacional de Educação (PNE). Diário Oficial da União, 26 de junho de 2014.
BRASIL. Lei 13.146. Dispõe sobre a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União. Brasília, 06 de julho de 2015.
BRIEGA, D. A. M. Você disse Libras? O acesso do surdo à educação pelas mãos do intérprete de Libras. Araraquara: Letraria, p. 169, 2019.
CORRÊA, J. R. S.; SANDER, R. E.; MARTINS, S. E. S. O. A percepção de universitários sobre a atuação do intérprete de libras no ensino superior. yutube, v.30, n.58, p.529-540, 2017.
COSTA, M. P. P.; ALBRES, N. A. A atuação do(a) intérprete educacional: subjetividade e singularidade em questão. In: MOURA, W. H. C.; CHRISTMANN, F. (Org). A tradução como espelho: gestos, línguas e sentidos refletidos no fazer tradutório. Florianópolis: DLLE/PGET/UFSC, p. 28-42, 2019.
FERRARI, M. A. L. D.; SEKKEL, M. C. Educação inclusiva no ensino superior: um novo desafio. Psicologia: ciência e profissão, v.27, n.4, p.636-647, 2007.
GOMES, E. A.; SOARES, C. P. Onde ficar? Onde estar?: Reflexões acerca do posicionamento dos intérpretes de Libras-Língua Portuguesa em sala de aula. Anais do I Colóquio de Interpretação de Línguas de Sinais em contextos comunitários: Saúde, educação e justiça, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, p.01, 2017.
KELMAN, C. A. Os diferentes papéis do professor intérprete. Espaço: INES, n.24, p.25-30, 2005.
LACERDA, C. B. F. O intérprete de Língua Brasileira de Sinais (ILS). In: LODI, A. C. B.; MÉLO, A. D. B.; FERNANDES, E. (Org). Letramento, bilinguismo e educação de surdos. Porto Alegre: Mediação, p.247-288, 2012.
LACERDA, C. B. F.; GURGEL, T. M. A. Perfil de tradutores-intérpretes de Libras (TILS) que atuam no ensino superior no Brasil. Revista Brasileira de Educação Especial. v.17, n.3, p.481-496, 2011.
LIDDELL, S. K. Sources of meaning in ASL classifier predicates. In: EMMOREY, K. (Org). Perspectives on Classifier Constructions in Sign Languages. p.199-220, 2003.
MANZINI, E. J. Considerações sobre a elaboração de roteiro para entrevista semi-estruturada. In: MARQUEZINE: M. C.; ALMEIDA, M. A.; OMOTE; S. (Org). Colóquios sobre pesquisa em Educação Especial. Londrina: Eduel, p.11-25, 2003.
MARTINS, D. A.; LEITE, L. P.; LACERDA, C. B. F. Políticas públicas para acesso de pessoas com deficiência ao ensino superior brasileiro: uma análise de indicadores educacionais. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v.23, n.89, p.984-1.014, 2015.
MARTINS, V. R. O. Posição-Mestre: desdobramentos foucaultianos sobre a relação de ensino do intérprete de língua de sinais educacional. Tese de doutorado em Educação. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, p.253, 2013.
MARTINS, V. R. O. Tradutor e intérprete de língua de sinais educacional: desafios da formação. Belas Infiéis, v.5, n.1, p.147-163, 2016.
MARTINS, V. R. O.; NASCIMENTO, V. Da formação comunitária à formação universitária
(e vice e versa): novo perfil dos tradutores e intérpretes de língua de sinais no contexto brasileiro. Cadernos de Tradução, v.35, n. especial 2, p.78-112, 2015.
MCCLEARY, L.; VIOTTI, E. Língua e gesto em línguas sinalizadas. Revista Veredas, p. 289-304, 2011.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001.
MIRANDA, D. G. As mediações linguísticas do intérprete de Língua de Sinais: oportunidades de aprendizagem na sala de aula inclusiva. Belas Infiéis, v. 5, n. 1, p.11-25, 2016.
MOREIRA, L. C. In(ex)clusão na universidade: o aluno com necessidades educacionais especiais em questão. Revista de Educação Especial, n.25, p.37-48, 2005.
NAPIER, J. Cooperation in interpreter-mediated monologic talk. Working paper presented to the Theoretical Issues in Sign Language Research Conference, p.40, 2006.
NAPIER, J. International perspectives on sign language interpreter education. Washington, DC : Gallaudet University Press, 2009.
NOGUEIRA, T. C. Intérpretes de Libras-Português no contexto de conferência: uma descrição do trabalho em equipe e as formas de apoio na cabine. Dissertação de Mestrado em Estudos da Tradução. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016.
QUADROS, R. M. O tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa. Brasília: MEC, 2004.
QUADROS, R. M. A transcrição de textos do Corpus de Libras. Revista Leitura, v.1, n.57, p.8-34, 2016.
RODRIGUES, C. H. Formação de intérpretes e tradutores de língua de sinais nas universidades federais brasileiras: constatações, desafios e propostas para o desenho curricular. Translatio, n.15, p.197-222, 2018.
RODRIGUES, C. H.; SANTOS, S. A. A interpretação e a tradução de/para línguas de sinais: contextos de serviços públicos e suas demandas. Tradução em Revista, n.24, 2018.
SANTANA, A. P. Surdez e Linguagem: aspectos e implicações neurolinguísticas. Plexus: São Paulo, 2007.
SANTIAGO, V. A. A.; LACERDA, C. B. F. O intérprete de Libras educacional: o processo dialógico e as estratégias de mediação no contexto da pós-graduação. Belas Infiéis, v.5, n.1, p.165-182, 2016.
SANTOS, P. T. A terminologia na Língua de Sinais Brasileira: proposta de organização e de registro de termos técnicos e administrativos do meio acadêmico em glossário bilíngue. Tese de doutorado em Linguística, Universidade de Brasília, Brasília, p.232, 2017.
SANTOS, S. A. Tradução/Interpretação de língua de sinais no Brasil: uma análise das teses e dissertações de 1990 a 2010. Tese de doutorado em Estudos da Tradução. Universidade Federal de Santa, Florianópolis, p.313, 2013.
SCHUBERT. S. E. M. Entre a Surdez e a Língua: outros sujeitos, novas relações. Curitiba: Prismas, 2015.
SEVERINO, A. J. O ensino superior brasileiro: novas configurações e velhos desafios. Educar, v.24, n.31, p.73–89, 2008.
SILVA, A, C. Alguns problemas do nosso ensino superior. Estudos avançados, v.15, n.42, p.269-293, 2001.
SILVA, D. S. A atuação do intérprete de Libras em uma Instituição de Ensino Superior. Dissertação de mestrado em Educação Brasileira, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, p. 161, 2013.
SOARES, N. G. Intérprete educacional de Libras: afirmações e conflitos da profissão. Dissertação de mestrado em Educação. Universidade Federal da Fronteira Sul, Erechim, p.146. 2018.
TUXI, P. A Atuação do Intérprete Educacional no Ensino Fundamental. Dissertação de mestrado em Educação. Universidade de Brasília, Brasília, p.123, 2009.