O uso das redes sociais de uma perspectiva de gênero
DOI:
https://doi.org/10.31423/oikos.v32i2.11233Palavras-chave:
Tecnologias de Informação e da Comunicação, Desigualdades de Gênero, Espaço DomésticoResumo
Este estudo busca compreender os usos e as finalidades que homens e mulheres dão às Tecnologias de Informação e da Comunicação (TIC), bem como, sua relação com os papeis sociais desempenhados por ambos no espaço doméstico. Tem-se como premissa que os papéis sociais que homens e mulheres desempenham na sociedade, interferem nos usos que ambos fazem das tecnologias e perfazem desigualdades de gênero. O recorte empírico tomou como referência 325 pessoas, entre estudantes, professores e servidores vinculados a uma universidade pública brasileira, de ambos os sexos e de diferentes gerações. O aporte teórico adotado considera a influência mútua entre a tecnologia e o contexto social em que ela opera, reconhecendo a interinfluencia entre estrutura e ação. Os resultados evidenciaram que os usos das TIC para a mulher estão mais associados ao espaço privado e às práticas do cuidado com a família e, para o homem, o uso das mídias digitais esteve mais voltado para as oportunidades nas redes profissionais. E, muito embora, as novas tecnologias tenham introduzido mudanças à forma como as práticas do cuidado e do trabalho doméstico passaram a ser coordenados, a mulher ainda permanece como a principal responsável por elas.
Downloads
Referências
ARAÚJO, Claudimiro Lino de. Idosos e cidadania: um olhar sobre uma construção mediada pelas novas tecnologias de informação e comunicação. Dissertação de Mestrado em Comunicação, Universidade Federal de Goiás. 2017. 127 f.
BAIN, Connie; RICE, Margareth. The Influence of Gender on Attitudes, Perceptions, and Uses of Technology. Journal of Research on Technology in Education, 2014, vol.24, pp. 119-132.
BOLFARINE, Heleno; BUSSAB, Wilton de Oliveira. Elementos de Amostragem. São Paulo: Edgar Blücher. 2005.
BORDAS-BELTRÁN, José-Luis; ARRAS-VOTA, Ana Maria de Guadalupe. “Perspectivas de los estudiantes mexicanos sobre competencias en TIC, definidas por género”. Revista Latina de Comunicación Social, 73, 2018, pp.462-477.
BROSNAN, Mark. Technophobia: The Psychological Impact of Information Technology. Routledge New York, NY. 2003.
CABERO ALMENARA, Julio; LLORENTE CEJUDO, Maria del Carmen. Capacidades tecnológicas de las TICs por los estudiantes. Enseñanza, 24, pp.159-175. 2006.
COUTINHO, Sabrine Mantuan dos Santos; MENANDRO, Paulo Rogério Meira. Representações sociais do ser mulher no contexto familiar: um estudo intergeracional. Psicologia e Saber Social, 2015, 4(1), pp.52-71.
ESCOSTEGUY, Ana Carolina; SIFUENTES, Lirian; BIANCHINI, Aline. Mulheres rurais e seus usos mediados das TICs: tensionamentos e permanências nas relações de gênero. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun. [online]. 2017, vol.40, n.1, pp.195-211.
GERSHUNY, Jonathan; GODWIN, Michael.; JONES, Sally. The domestic labour revolution: a process of lagged adaptation? In M. Anderson, F. Bechhofer & J. Gershuny (Eds.), The Social and Political Economy of the Household, Oxford, Oxford University Press, pp. 151-197. 1994.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE (2018a). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua 2017. Tecnologia da Comunicação e Informação (TIC) - Acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal, 2017. ISBN 978-85-240-4481-6. Disponível em: <https://servicodados.ibge.gov.br/Download/Download.ashx?http=1&u=biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101631_informativo.pdf> . Acesso em: 14 de março de 2019
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE (2018b). Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil. Estudos e Pesquisas, Informação Demográfica e Socioeconômica, n.38. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101551_informativo.pdf>. Acesso em: 20 de junho de 2019
KIMBROUGH, A. M. et al. Gender differences in mediated communication: Women connect more than do men. Computers in Human Behavior, 2013, 29, pp.896–900
KOTZÉ, T. G.; ANDERSON, O.; SUMMERFIELD, K. Technophobia: Gender differences in the adoption of high-technology consumer products. S.Afr.J.Bus.Manage., 2016, 47(1), pp.21-28.
KRASNOVA, A.; et al. “Why men and women continue to use social networking sites: The role of gender differences”. The Journal of Strategic Information System, 2017, Vol. 26, Issue 4, pp.261-284.
KRUG, R. R.; XAVIER, A. J., D’ORSI, E. (2018), “Fatores associados à manutenção do uso da internet, estudo longitudinal EpiFloripa Idoso”. Revista de Saúde Pública, 2018; pp.52-37.
LEITE, Márcia de Paula; GUIMARÃES, Pilar Carvalho. Tudo muda, nada muda: as implicações do uso das tecnologias de informação sobre o trabalho das mulheres no setor eletroeletrônico. Cadernos Pagu, 2015, (44), 2015, p. 333-366.
LEITÃO, Carla Faria; NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Impactos da internet sobre pacientes: a visão de psicoterapeutas. Psicologia em estudo. [online]. 2005, vol.10, n.3, pp.441-450.
LING, Rich (2006), Flexible coordination in the Nomos: Stress, emotional maintenance and coordination via the mobile telephone in intact families, in Anandam Kavoori & Noah Arceneaux (eds.), The Cell Phone Reader: Essays in social transformation, NY, Peter Lang, 61-84. 2006.
MUSCANELL, Nicole; GUADAGNO, Rosanna. Make new friends or keep the old: Gender and personality differences in social networking use. Computers in Human Behavior, 2011, 28, pp.107-112.
NDUBISI, Nelson Oly. Effect of gender on customer loyalty: a relationship marketing approach”. Marketing Intelligence and Planning, 2006, 24(1), pp.48-61.
OCDE. (2018), Bridiging the digital gender divide: include, upskill, innovate. Organization for Economic Co-operation and Development
NICOLACI-DA-COSTA, A. M. Ciberespaço: nova realidade, novos perigos, novas formas de defesa. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, 2003, v. 23, n. 2, p. 66-75.
PEW RESEARCH CENTER. (2019), Social Media Fact Sheet. June, 2019, Disponível em:< https://www.pewinternet.org/fact-sheet/social-media/>.
SIMÕES, Maria João. Política e Tecnologia. Tecnologias da Informação e da Comunicação e participação política em Portugal, Oeiras, Celta. 2005.
SIMÕES, Maria João; LAS HERAS, Soledad; AUGUSTO, Amelia. Género e tecnologias da informação e da comunicação no espaço doméstico: não chega ter, é preciso saber, querer e poder usar. Configurações, 2011, v. 8. pp: 1-18.
SCHOUTEN, Maria Johanna et al.Tempo e Tecnologia. Uma abordagem de gênero para o contexto português. Covilhã, 2012. (Relatório Técnico).
VAN DIJK, Jan. Afterword: the state of digital divide theory”. In.: M. RAGNEDDA, & G. MUSCHERT (Eds.), Theorizing Digital Divides. New York, London : Routledge, 2018, pp.199-206. Disponível em:<https://ris.utwente.nl/ws/portalfiles/portal/21766828/Jan_van_Dijk_Afterword_Theorizing_the_digital_divide_1_.pdf>. Acesso em: 15 out. 2019.
VAN DIJK, Jan. The Evolution of the Digital Divide. The Digital Divide turns to Inequality of Skills and Usage". In.: Digital Enlightenment Yearbook. J. Bus et al. (Eds.), IOS Press, 2012, pp.57-75.
WAJCMAN, Judy; BITTMAN, Michael; BROWN, Jude. Families without borders: Mobile phones, connectedness and work-home divisions”, Sociology, 2008, 42 (4), pp.635-652.
WALSH, Gianfranco; MITCHELL, Vincent-Wayne. Demographic characteristics of consumers who find it difficult to decide”. Marketing Intelligence & Planning, 2005, 23(3), pp.281-295.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Oikos: Família e Sociedade em Debate
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista Oikos: Família e Sociedade em Debate. Deve ser consignada a fonte de publicação original. Para a disponibilização e utilização dos artigos em acesso aberto, o periódico adota a licença Creative Commons Attribution 4.0 International Public License: CC BY 4.0. Isso significa que outras pessoas podem compartilhar - copiar ou distribuir o material em qualquer mídia ou formato; adaptar - remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, desde que atribuído o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se foram feitas alterações" (CC BY 4.0).
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
Quanto às questões de plágio, a Oikos utiliza o software de verificação de similaridade de conteúdo – política de plágio (CopySpider) nos artigos submetidos ao periódico.
Ao submeter o artigo, o autor se compromete que os dados relatados no artigo não são resultados de má conduta ética, tais como: dados produzidos, uso indevido de imagens, falsificação, plágio, autoplágio ou duplicidade. O autor declara que nada no artigo infringe qualquer direito autoral ou de propriedade intelectual de outrem, pois, caso contrário, ele poderá responder integralmente por qualquer dano causado a terceiros, em todas as esferas administrativas e jurídicas cabíveis, nos estritos termos da Lei nº 9.610/98